Paranoid Park, de Gus Van Sant (2007)
Raramente consigo escrever numa madrugada ao qual estou sonolento. Porém, dificilmente não assisto a um filme em véspera de dias em que não irei madrugar, então resolvi “Paranoid Park” visitar. E mesmo que sua expressão em tela nem sempre seja dinâmica me tirou o sono e aguçou a vontade obscura de escrever: Meia noite em ponto.
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Não vou ser cético e seguir os boatos da meia noite. E também não vou ser tão particular assim. Sei que querem saber sobre o jovem de dezesseis anos, skatista, filho de pais recém separados, quieto, de um só olhar, de pouco sorriso, de solidão priorizada, de desabafo em papel e de essência e expressão humana apenas quando é acusado de um homicídio.
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Um homem não abandona suas virtudes e o homem que elabora esse jovem, poço de frieza em olhar angelical, não perde sua marca. Exercita estilo, constrói cinema. Apresenta novidade a cada mudança de enfoque. Coisa rara a cada novo quadro que pinta e compõe a fotografia até de objetos frívolos. A câmera desse homem fala. Ela grita, entorpece, abomina: Encanta.
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Falarão da inconsistência narrativa, da falta de concretização da mesma. Esqueça. Não são os atos juvenis que justificam a narração, mas o próprio jovem que se torna o objeto a ser narrado, estudado, mas nada mudado. Sem metamorfoses. É isso e pronto: acabou o namoro. Começou porque era o começo e terminou porque nem era pra ter começado.
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Mas há quem perceba que a distância paterna está justificada na câmera que não os focam. Sempre distantes. Não conhecemos a mãe, mas a vemos duas vezes. E o pai só aparece porque seu corpo é mais pixado do que a pista de Paranoid Park. E aquele local é céu e inferno ao mesmo tempo. É lugar de demônios onde anjos manobram. É significado de vida: passam alguns skatistas até o equivoco , o tropeço, e cai o ultimo. Estamos propensos ao erro. Destino imprevisto... Qual a próxima rampa?
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“Paranoid Park” é radicalismo transformado em leveza. Morte em beleza. Banho em perturbação. Espectador sem chão estão a deslizar. A viajar, basta às minhas palavras olhar.
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ロロロロロ (Filme Excelente)
Basta ser dirigido por Van Sant para ter certeza que virá um bom filme.
ABRAÇOS
Filmaço! O anterior dele (que era os Últimos Dias, baseado na vida do Kurt Cobain) eu tinha achado entediante. Mas esse eu fiquei tão impactado que comprei o DVD e tudo. Gus Van Sant naquilo que conhece melhor: analisando a psique juvenil.
Cultura? O lugar é o Jukebox:
http://culturaexmachina.blogspot.com
Nunca vi o filme principalmente porque ele divide, e muito, opinioes...mas depois do seu post sobre o longa, darei uma chance para ele.
bjokas,
vivi
Não sou fã do Van Sant, pelo contrário, acho ele muito raso em seus filmes, metido a besta e não consigo ver nenhuma arte em sua estética do marasmo ...
Eu gosto muito desse filme também! O Gus Van Sant tem sensibilidade para retratar a juventude e, aqui, ele fala sobre o ganho da consciência do ato cometido. Gosto disso.
não curto muito Van Sant
mas este é sem dúvida um dos grandes da filmografia dele.
divulgando meu blog
ainda em construção, puder visitar:
www.cantindobulhuga.blogspot.com
Gosto muito dessa fase experimental de Gus Van Sant e eu adorei a poesia estética/sonora que o filme atingiu.
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Boa Tarde, tudo bem?
Sou jornalista e faço parte da equipe de um grande portal que está sendo desenvolvido e será lançado nos próximos meses.
O portal se chama “ÉSEU” e será um guia de entretenimento e relacionamentos pessoais e profissionais. O conteúdo jornalístico do “ÉSEU” será dividido em matérias, dicas e notícias, que abordarão diversos assuntos, como: gastronomia, turismo, passeios, shows, arte e cultura, bares e baladas, moda e beleza, social e meio ambiente, entre outros.
Atualmente, buscamos blogueiros que possam escrever parar o portal. Lemos seu blog, e gostamos muito da maneira que você escreve e do conteúdo que é disponibilizado.
Gostaríamos de conversar mais com você, pois temos interesse em colocar, no portal, matérias, de sua autoria, sobre o conteúdo de cinema que vimos em seu blog.
Assim que possível, entre em contato comigo pelo e-mail jornalismo@eseu.com.br ou, se preferir, envie seu telefone ou outra forma de contato para conversarmos mais a respeito.
Atenciosamente,
Carla Costa
Enviei um e-mail para você, Carla. Abraço!