Tudo por ela (All the boys love Mandy Lane) 2008


Na situação em que o gênero (terror) se encontra na atualidade, ainda mais envolvendo slashers, faz-nos pensar se há realmente uma salvação para tal. É ótimo vermos filmes em que homenageiam ou buscam uma base positiva nos filmes antigos, ainda mais os clássicos.E se acrescentarem as décadas anteriores, mais alguma inovação para o horror é melhor ainda ( como no caso de “The Signal”) mas quando temos a exposição de algo que tenta ser e não é, se torna algo patético e nada acrescentável.


O pior é quando colocam pretensões antes mesmo do filme ser lançado. Em “Tudo por ela” há uma certa semelhança, e suposta homenagem, a slashers famosos de décadas atrás. A priori é decente, mas depois o filme desanda e cai em clichês e situações nada inteligentes em que tudo conduz ao final, e o que antecede o desfecho é neutro, ou nada em que não tenhamos visto antes. O que podemos elogiar nesse retrocesso aos anos 70 e 80 é a escolha da trilha sonora. É ótima e muito bem usada, e nos livra de certas músicas sem raízes, geralmente colocadas em filmes teens. A surpresa foi ouvir “The Go Go`s" .


No tipo do filme, comparando com seus semelhantes, o elenco não é de um todo ruim. Mas , quando são colocados em posições que se necessita de o apoio de uma boa performance, tudo vai abaixo, assim como todo o filme. Mortes fracas e ausência total de tensão. A cena em que me senti mais retesado foi a da Cascavel. Odeio cobras!


A personagem Made Lany a principio é usada de modo subjetivo e nada cativante, assim como todos os outros personagens. Às vezes tentam fazer jus a protagonistas, mas para isso usam o seu corpo (e usaram muito bem, disso não reclamo) e seus movimentos batidos a “Slow Motion”. No mais, somos obrigados a ver perversões dispensáveis.


Deixando tudo para o epílogo, não nos resta mais cabeça para admirar algo surpreendente (para alguns).


Nem sei o porquê esperei algo desse filme.

.

.

Cotação: ³ (Filme ruim)

The Signal


A infecção é a loucura.


"O dia está morrendo, grande sorriso representam para a câmara.

Um gigantesco passo para a sua espécie.

Você é um dos tipos".


E começam todos a matar todos, por “auto-motivos”.

"O céu está caindo. É chegado a hora de esmagar-nos e deixar-nos nosso sangue afogar, Embora apenas um som. "

Até o ótimo epílogo incógnito.

"...Eu vou precisar do seu nome e telefone E água para quem está morrendo lentamente... "


Da mesma maneira que eu não vivo, ou trabalho, sem celular, telejornal e música, “The Signal” não sobreviveria a ser um bom filme, pois eles são a razão. As armas. Original, o filme não rebaixa a sua idéia, e aumenta a sua capacidade, mesmo sendo simples e despretensioso. Faz-nos ser retrógados, e relembrar clássicos do gênero (Re-animator, O Iluminado, O Massacre da serra elétrica, A noite dos mortos-vivos...) e nos sentir bem com um ótimo humor-negro e um roteiro hipnotizante.

Deixem os loucos com os loucos. É essa a desenvoltura de uma narrativa, dividida em três capítulos, compostas por cenas criativamente tensas, um humor-negro otimamente usado e mais uma vez presenteia os fãs do gênero com lembranças dos tempos em que a mistura de humor e terror, de retesados a alegres, eram perfeitamente bem feitos, mesmo com um orçamento baixo, como o do próprio filme (U$ 50.000).

“The Signal” é tudo o que “Diary of the Dead” poderia ser. Às vezes, temos a impressão de estarmos vendo um filme do Romero em pleno o século XXI, porém em sua forma antiga. Críticas a sociedade quanto à facilidade dos meios de comunicação, além da câmera nos aparentar certo amadorismo convincente e nada irritante. Cenas violentas muito bem feitas, e um gore em que mais uma vez nos faz voltar ao passado. Um elenco surpreendente, não por nos apresentar atuações fantásticas, mas pela “ética” do filme, todos fazem um excelente trabalho. A trilha sonora do filme é fantástica. Original. Pois algumas ali foram feitas para o próprio filme, apenas uma que não, Leave do Heavens ( Cujo os trechos entre aspas fazem parte da música)

O filme é um bom sinal de que se pode fazer filmes como antigamente.

Sintam a tensão e divirtam-se.

.

.

Cotação: ³ ³ ³ ³ (Filme ótimo)
Sem data prevista para estréia.

Intacto (Intacto-2001)


Destino, Deus ou sorte? Hoje se vende tudo. Ou negocia-se quase tudo. Até mesmo a sorte, se é que ela realmente existe. Assim como uma força divina que o faz ganhar milhões ao atravessar uma rodovia movimentada, de olhos vendados. Ou o destino que a fez sobreviver a uma queda de avião em que você é o único sobrevivente no meio de 237 pessoas, onde matematicamente as chances de sobrevivência são de uma em duzentos e trinta e sete milhões.

Aqui, pessoas sem o dom do trevo de quatro folhas, não valem nada. Mas, quando possuem essa qualidade valem muito, até a sua, a minha e a vida de quem for. Um mercado da sorte, em que não é nada pessoal é tudo negócios. Mesmo em que o pivô dessa história não seja uma pessoa feliz e completa por ser milionário e não canse de procurar em cassinos e acidentes gravíssimos algum membro correspondente a galanteios.

Narrativa que começa com incógnitas incômodas, pois já começamos de uma parte que poderia ser o meio do filme. Para alguns isso é desconfortável, já para outros uma curiosidade que resultara em algumas atitudes surpreendentes que o bom diretor Juan Carlos Fresnadillo (Extermínio 2) solta. Escolhe muito bem o elenco e os encaixam em personagens fortes, principalmente Max von Sydow (Hannah e suas irmãs , O Exorcista, e o recente O escafandro e a Borboleta). Juan, não agiliza muito o filme, mas produz cenas tensas no silêncio, em jogos de azar (porque não “sorte”?) em que o dinheiro a priori não é o principal desejo, mas sim um membro do meu corpo, incluindo pessoas que tem lugar no seu coração, ou o próprio.

Aqui a sorte de um, é o azar de outro, e isso pode trazer conseqüências irreversíveis.
.
.
Cotação: ³ ³ ³ (Filme bom)
.
.
Onde encontrá-lo: em algumas locadoras.

Medo da Verdade (Gone Baby Gone - 2008)


Existe um subgênero na filosofia em que questiona o nosso conceito não experimental, ao sabermos de algo, sem mesmo ter tido um dia uma experiência semelhante. A lógica já nos explica que fogo queima, agulha fura e cair machuca. Cada um de nós enxergamos de uma maneira. Cada qual com sua janela. Assim, sabemos que perder um ente querido é doloroso, mesmo quando não sentimos isso na flor da pele. Pois, colocamos exemplos em nossa mente de que aquilo é sofrível.

Poderia “Medo da verdade” ter uma história sem muita novidade, se tratando de um seqüestro. Mas nos deixa tão a mercê de ausência de confiança em relação a todos os personagens que, conforme o filme causa um embaraço positivo na trama, revelam o que menos imaginávamos ao obter uma ação repreensiva praticada contra a moral e a lei.

É fraco em cenas de ação, mas é forte em diálogos enérgicos. Duas situações a priori, feitas dentro de um bar e outra numa casa asquerosa, deixam o espectador condições fixas ao sofá e ao próprio filme, porém o mesmo não acontece em algumas tomadas longas de conversas vigorosas (aquela do Jhon Ashton com o Affleck ). Outra neutralidade é a personagem Michelle Monaghan (Angie Gennaro) , que é ativa poucas vezes, e chega a ser muito visível a sua inutilidade em certas cenas. O que foram inteligentes em usá-la foi poupá-la de uma heroína, com olhar cheio de razão e andar idem.

A direção segura de Ben Affleck, as ótimas atuações de, principalmente, Cassey Affleck , Morgan Freeman e Amy Ryan , estampados a uma trilha sonora boa , assim como a fotografia por vezes é competente, faz do filme uma produção sem muita pretensão, mas que em sua composição, supera certas produções enxutas de expectativas desleais.

Não houve um deleite ao filme. Mas, é um filme que ousa nos momentos clímax, foge de certos clichês e com isso convence bastante. Usam a voz de Casey para nos fundir a diálogos, citações e reflexões sem exageros, onde são ótimas de se ouvir. Foram eficazes na utilização do título e de tudo o que usaram.

Já ouvia quando criança: por mais que seja a dor da conseqüência, diga somente a verdade.
.
.

Cotação: ³ ³ ³ (Filme bom)
.
.

Onde encontrá-lo: Em todas as locadoras

Eu não tenho medo (Io Non Ho Paura- 2003)


Filmes podem ser considerados uma das melhores companhias para nós. Uma amizade. Em que vivenciamos pequenas horas de nossas vidas que são levadas do choro ao riso, de retesados a tranqüilidade, da repugnância ao doce. Alguns utilizam milhões, outros apenas demonstram riquezas em ser um simples, mas eficiente, filme.
.
.
O drama italiano “Eu não tenho medo” é tão despretensioso que impreterivelmente faz do protagonista, do roteiro, da trilha sonora e fotografia serem tão inocentes quanto o mesmo. Essa obra-prima que começa como uma história infantil e desenvolve ganhando força ao crescer uma amizade e revelar surpresas quanto o envoltório do amigo de Michele e sua família. Parentes esses formados por um pai que educa os filhos com malandragem e sua mulher obedece a tudo, sem questionar, mesmo tendo uma postura tão firme. Sem contar a esperta irmã, Barbara, que mesmo não demonstrando algum ápice na história, é mais um elemento agradável, dos inúmeros que o longa tem.
.
.
Uma fotografia excepcional, juntada a movimentos de câmeras perfeitos, e mais uma trilha sonora agradabilíssima e emocionante. E acrescentando atuações convincentes que nos faz apegar como irmãos à Michele, Barbara ou quem mais for. O que mais gostei no filme: quase tudo. O que não gostei é que esse me fez quebrar o meu recorde de nunca ter chorado ao assistir um filme... Até então.
.
.
“Io non ho paura” é um filme inesquecível. Que se fosse uma pessoa, eu o abraçaria com o maior carinho, se fosse meu irmão cuidaria dele melhor do que meus pais, caso fosse meu amigo, iria ser seu melhor companheiro. Caso eu padeça e ele permaneça, serei seu anjo da guarda.
.
.
Cotação: ³ ³ ³ ³ ³ (Filme excelente)
.
.
Onde encontrá-lo: em algumas locadoras

Medo (A Tale of two sisters - 2003)


Antologia, cepticismo e transcendência. É um filme sobrenatural ou real? Onde o que é mais assustador é querer se livrar de um fantasma criado (ou não) por nós e o sucesso, perante essa tentativa de livramento, é falha. Ou o que vemos realmente é algo do além, cujo abre portas, puxa o cobertor e sobe na cama, ou vive embaixo da pia. Talvez pode apenas ser um problema psicológico, amnésia ou descrença. É assim que “Tale of two sisters” (Medo – no Brasil) deixa para nós, espectadores, definir a qual rumo seguir, e assim se assustar ou até mesmo se emocionar.

É um filme da Soo-mi (A irmã mais valente) ou da Eun-joo (a madrasta)? Pode-se dizer das duas. O roteiro divide cenas que merecem considerações para ambas, porém quando pontos culminantes ficam disponibilizados para as duas, o filme, e tudo mais, ganha uma força incrível. Não apenas por serem duas personagens fortemente criadas e desenvolvidas, mas sim por duas atuações altamente convincentes e de alto nível. Um personagem interessante é Moo-hyeon, o pai. Uma figura recolhida em desgosto, preocupações e sem motivação alguma. É quieto , assim como o começo do longa, que já começa com incógnitas sobre certas situações do filme: a aversão a madrasta e a quietação do pai.

O desenvolvimento lento é muito bem encaixado na trama. É essencial. Assim admiramos uma fotografia e cenário muito bem ultilizados. Além de a trilha sonora ser perfeita, cujo faz a cena da briga da madrasta com a menina uma parte antológica. Temos ação, mas a música faz da cena um momento elevado de sentimentos e atitudes (auto) protetoras.

Quaisquer dúvidas deixaremos para o remake americano responder, como já é tradição. Pois esse filme é , para alguns , uma ambígua obra-prima.
.
.
Cotação: ³ ³ ³ ³ ³ (Filme excelente)
.
.
Onde encontrá-lo: Em algumas locadoras.

Powered by Blogger