“...Expectativas Desleais.”

“Espelho do Medo”- 17/Out/08 e “Os Estranhos”- 07/Nov/08


“Espelho do Medo” e “Os Estranhos” estão sendo aguardados por muitos fãs do gênero terror/suspense. Um por ser um filme de um diretor que já demonstrou força em “Alta Tensão” e “Viagem Maldita”, o jovem francês Alexandre Aja, e o outro por conter um marketing fortíssimo que equivale à maior porcentagem de sua arrecadação, sem sombras de dúvidas. Os produtores de “Mirrors” foram malandros: um Marketing pretensioso, soltando uma imagem atraente de uma banheira com sangue e um vídeo de cinco minutos que ilude a muitos, além do trailer. Mas ninguém foi mais sagaz que “The Strangers”. Uma semana antes de sua estréia nos E.U.A , foram divulgados seis clipes que nos dava a impressão de vermos um dos filmes mais tensos dos últimos anos, além de dois trailers medonhos (principalmente o primeiro teaser) e mais nove pôsteres, que atrai até quem não favorece ao gênero. Resultado? Nove milhões de dólares gastos e 54 milhões arrecadados em algumas semanas, só nos Estados Unidos.

E esses são os que vão sugar os fãs brasileiros desavisados para o cinema, nos dois próximos meses, para o azar de quem for esperando algo de ambos os filmes.


"Espelhos do Medo" (Mirrors - 2008 )
CGI é algo curioso. Enquanto alguns filmes utilizam e nos dão a impressão de ser tudo real (como em "Jurassic Park", por exemplo, o primeiro filme a usar esse efeito em animais) outros retiram qualquer sensação, seja ela visual ou emocional. E isso inexplicavelmente é o que ocorre na segunda “melhor” piada do ano ( A primeira fica com Shyamalan, em “Fim dos Tempos”) elaborada por Alexandre Aja em “Espelhos do Medo”.

“Mirrors” não é só uma decepção, mas é um filme que junta tudo o que os precários longas de horror nos mostra (em especial, outras refilmagens asiáticas). Principalmente, por Aja invalidar todos os elementos cautelosos que o original, "Espelho" (Geoul sokeuro / Into the Mirror - 2003), cuidadosamente conduziu nos seus 110 minutos decorrentes sem chegar perto de ser irritante ou cansativo, diferente de sua refilmagem.

As cenas que Alexandre Aja aqui utiliza, quando não tomam partido por qualquer momento que contem alguma tensão, ou uma computação gráfica decente que só serviu para provar que as imagens soltadas antes do lançamento do filme, eram para enganar bobos, ainda mais quando são estragadas por um Kiefer Sutherland histérico e incomodativo, por uma Paula Patton patética ou por crianças que só não são mais irritantes que o próprio longa.

M. Night Shyamalan e Alexandre Aja, dão as mãos este ano, em fazerem um trabalho que mais parece política no Brasil: Uma vergonha e uma piada.


Cotação: ³ (Filme Ruim)




"Os Estranhos " ( The Strangers - 2008)

Uma campanha de divulgação instigante, pôsteres tentadores e trailers idem. No filme, clima presente, câmeras bem encaixadas e organizadas, iluminação em ordem, fotografia decorosa, edição de som muito boa, a bela Liv Tyler e uma trilha sonora inventiva... Mas, onde enfiaram o bendito roteiro?!

Assim como “The Strangers” não tem um mínimo de contexto, não nos resta o que falar. Se você já viu “Temos Vagas” e/ou “Eles”, é “um dos” motivos de como é dispensável ver esse longa. A não ser que queiram ver vilões diferentes: Temos um que corre como se fosse o “Super Sonic”, outra fantasiada de “Luluzinha” e uma loira do cabelo espantado que lembra algum bichinho do “Looney Tunes” . É Previsível e seus personagens brincam de fazer tolices. Tyler razoável e Scott Speedman parecia ter vergonha do que estava fazendo... E com razão.

O final é um desacato. Desrespeitoso. E o filme um vazio.

Cotação: ³ (Filme ruim)



Evil - Raizes do Mal (Ondskan - 2004 )


Na Suécia, a política predomina o sistema monárquico constitucional parlamentarista, ou seja, onde há o predomínio do parlamento nos negócios públicos, porem com um limite dado por uma certa constituição. Erik Ponti (Andreas Wilson) é fisicamente castigado por seu pai dia-a-dia e participante de brigas extremamente violentas em uma escola estadual. Por esses comportamentos “D”, o garoto de 16 anos é transferido para Stjärnberg , um famoso colégio privado, onde tem o intuito de deixar essa veemência ativa de lado, porém mal sabe ele que a violência estará ao seu redor de maneira injusta e fria.

Antes de tudo, o diretor Mikael Håfström ( 1408 ) nos coloca em uma situação curiosa: o mesmo menino que apanha severamente de seu pai, espanca impiedosamente um adolescente, até deixá-lo com o rosto irreconhecível. Portanto, de quem ter compaixão? Porém, o personagem Erik , interpretado por Andreas Wilson que desempenha da maneira mais convincente possível e não há qualquer razão para duvidarmos de sua capacidade e de que pode ir muito além, coloca a paciência em primeiro lugar depois de ser transferido , mas que não perde a ira para ao menos tentar reverter toda a frieza e desumanidade que habita aquele colégio.

Da parte técnica não há o que se queixar. Com uma trilha sonora que reserva espaço ao Rock dos anos 70 , principalmente com citações a Elvis Presley , Håfström ainda utiliza musicas locais e feitas exclusivamente para o longa. Além de câmeras acompanhantes e focos planeares, ambos em movimentos padronizados.

“Evil- Raízes do mal” têm o seguinte defeito: o desfecho seco. Durante boa porcentagem do desenvolvimento do filme sentimos toda a profundidade e substância que esperávamos depois dos primeiros minutos de duração, mas Mikael diminui a perspicácia que nos adentrava. Fazendo assim, um final insípido, mesmo terminando de uma maneira acessível.

Mesmo deixando de obter um epilogo “Powerfull”, esse filme ( candidato ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2004) nos deixa estagnados assistindo a uma transformação dolorosa do personagem e ainda com um gosto de esperança na ponta da língua.
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Cotação : ロロロ+ (Filme muito bom)

Hellboy II : O Exército Dourado (2008)


Em muitos lugares neste mundo, uma pessoa que apresenta uma beleza física privilegiada vai longe por ter uma vantagem em conseguir espaço, seja onde for. E enquanto nos preocupamos com esse fator da aparência, tendo em mente que é o único ponto a obtermos para ganharmos o que quisermos, em outros lugares o número de habitantes preocupados com isso é menor, mesmo que presente. Sendo assim, voltados para a educação das crianças e os desenvolvimentos tecnológicos. Dessa analogia, podemos tirar sentidos em relação a “Hellboy II – O Exército Dourado”: primeiro pelo personagem no filme ser considerado uma aberração pelo público, porém mais humano que ele é impossível encontrarmos e segundo por Guillermo Del Toro fazer um filme que pode nos trazer um Brasil e até mesmo um mundo melhor.

Tentem não se perder. A cada passo que os atores dão existe alguma criatura genuinamente criada para ser apreciada. Não deixem passar monstros, por vezes horrendos por outras um colírio de detalhes curiosos, onde parece que cada Ser foi feito a dedo durante meses de trabalho. Os humanos que aqui residem pouco importam, a não ser para nos privilegiar com ótimas atuações de quem nem ao menos vemos o rosto.

Ainda que observamos efeitos “hipnos” e maquiagens que adentra os nossos olhos, ou quando sentimos a força da trilha sonora, em que sorrimos com “Barry Manilow” , nos prendemos com “Rammstein” ou nos emocionamos com “Eels”, temos ainda mais sentimentos para usufruir. O Exército somos nós fisicamente, alguns grandes e robustos, outros pequenos e frágeis, mas as armas mais fortes dessa batalha é o que sentimos dentro do coração. A nossa razão sentimental e radical em que o mundo não mudará através do começo de uma guerra, nem mesmo no final dela, mas sim quando alguém límpido pausar ela num momento em que tudo parecia acabado.

É o mal mostrando o bem.
São monstros mostrando coração, enquanto humanos mostram a falta dele.

“E é por isso que eu te amo, Beautiful Freak”

Por isso, quando perceberem que seus filhos já se conhecem por gente , não privem de que amadureçam sem sentir a essa emoção enérgica e sem ver o que certos preconceitos soam tão inúteis quanto uma guerra na busca de um mero status supérfluo presente na crueldade do mundo.

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Cotação: ロロロロロ (Filme Excelente)

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