Sentença de Morte (Death sentence)


Oscilamos. Às vezes queremos fazer várias coisas de uma só vez, mesmo que sejam extremamente distintas. Por vezes, nos arrependemos de algo que fizemos sendo que o pior é quando deixamos de fazer. Poderia ‘’Sentença de morte’’ usar tão boa idéia que iria distinguir dos demais filmes enxutos de vingança: o lado realmente humano, mas sem fantasiar.

Com um roteiro incoerente, principalmente envolvendo a mudança de personalidades, algo que é essencial onde se relaciona vingança. Nick Hume ousa ao livrar o assassino do próprio filho de ser condenado, ao saber que o mesmo passaria apenas alguns anos e não teria o que merecia: a morte. Entusiasmamos espectadores, pois o personagem parece que cresce, mas a cara de bunda permanece. Rimou!

Mata, mas esbugalha os olhos e assusta-se com tal atitude saída de sua pessoa. A cara de quem gozou e se arrependeu foge da lógica de quem não testemunhou contra o assassino, para devolver na mesma moeda. É broxante e irritante. Poderia o roteiro manter a coerência dessa matança ‘’sem querer’’, mas, Nick, após debulhar lágrimas diante do filho deitado, e desacordado, numa cama de hospital, levanta com um olhar cheio de razão ao horizonte. Hume não é mais o mesmo. E a platéia: oohhh! (...) Vai lá, dispensável.

Temos atuações também variadas. Normais continuam ‘’normais’’, com um ou outro momento bom (Kevin Bacon) outros permanecem indo e voltando do razoável para o ruim, querendo um dia ser bom (Aisha Tyler) e outros que já são horrendos por natureza (A gangue toda). Kevin Bacon ainda não sem encontrou, assim como em ‘’O Lenhador’’, cujo obtêm uma única cena digna (a da conversa com a menina no banco de um bosque) aqui, realmente não consegui identificar, embora tenha chegado perto muitas vezes. Aisha Tyler, com enchimento na calcinha, nem chega perto do alvo certo. E os vilões, nem atirar sabem.

Mas, não posso deixar de ressaltar que o filme constrói uma introdução perfeitamente bem, principalmente envolvendo a família, onde demonstrar a realidade da boa vida deles, não se torna forçado e sim essencial para o que ocorre depois. Emociona com a melhor cena do filme: a do hospital. Enquanto a câmera se afasta, mais a cena se aproxima do espectador. Além de uma trilha sonora eficiente e uns jogos de câmeras ágeis, assim como algumas criativas cenas.

A cena final é boa, mas neutra. Talvez, ficaria memorável um quadro da mesma. Assim, ‘’Sentença de morte’’ começa excelente, desenvolve de modo incoerente e às vezes exagerado, e finaliza de modo regular. O filme oscila, assim como Kevin bacon, como Tyler, como a arma utilizada por Nick no final, pois ora arranca pernas ora apenas um furo. Oscila como nós, vivendo de bons e maus momentos.

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Cotação: ³ ³ ( Filme regular)


Onde encontrá-lo: Em todas as locadoras.

Mesmo à tua porta/ Aqui na sua porta (Right at your door-2006)


Dentre situações que certos filmes nos propõem, em questão de reflexão e em nos colocar vivenciando cada segundo da história, “Right At Your Door” é um dos (senão o) melhores filmes que explora esse termo. Não apenas em dividir por um ‘’ plástico’’ duas vidas, cujo um luta pela vida do outro, mesmo quando a permanência na terra está cada vez mais duvidosa.

Aqui, temos um drama que sufoca o espectador, ou um suspense dramático que aflige o mesmo. Um roteiro rico e uma narrativa constante, em que oscila no ritmo. Começo a mil e vai diminuindo, mas retoma certa velocidade em seus cinco minutos finais. Poderia ser um defeito, mesmo parcialmente já sendo, mas o desfecho desesperador e impiedoso nos traz uma angústia extrema, a sensação de ausência de oxigênio, o medo mórbido, repugnante, persistente e desproporcional da claustrosfobia chega ao auge, enquanto anteriormente era superficial.

A vantagem do pequeno problema de ritmo é que, em partes, são causados por diálogos sofríveis e bem trabalhados por um elenco primoroso, em que não medem esforços para serem justos a qualquer elogio referente a eles. Uma retomada para melhorar o seguimento lento do filme é a excelente trilha sonora, que direciona cada instante do longa, sejam eles dramáticos ou pelas cenas tensas de perder o pouco fôlego que nos deixam.

Chris Gorak direciona toda a situação. Tanto na prática, por ser diretor, e tanto no teórico, por escrever o filme. Focalizações de câmeras na maquiagem sofrida da personagem Lexi ( Mary McCormack) pelo seus afoitos e também pelo doloroso estado de Brad ( Rory Cochrane) e pelas conversas praticada pelos dois.

Um teste para você conhecer até onde vai a capacidade do seu amor por uma pessoa. Uma prova de que lidar com situações extremas pode ser irreversível.
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Cotação: ³ ³ ³ ³ ( Filme ótimo )

Visitante Q ( Visitor Q - 2001 )


Não vou me assustar com o "além", vou sentir medo de você. Você, ser humano que desfruta do corpo da própria filha e põe em sua cabeça que não repetirá tamanha blasfêmia, mas passado o efeito guardado da perversão extrema, retoma ao estado de um alienado, e gradativamente obsessivo, não só em documentar cenas violentas da juventude para ganhar dinheiro, mas sim em deliciar-se com as mesmas. E a mãe que permite isso e ainda vende e degreda seu corpo, porém são os únicos segundos de sua inexplicável vida, onde ela sente seu prazer, sua ‘felicidade’ e satisfação. Prefiro estar distante de um país aparentemente perfeito, mas onde a nobreza é suja, nojenta, internamente violenta e repugnante. Guardam suas marcas entre quatro paredes ou cobertas por sacos de lixo, para depois se juntar ao gueto, trocar olhares e voltar para casa e procurar uma veia.

Até que temos visita, para eles real para nós não. E pouco avaliado. Pois temos bizarrices dolorosas para ver, enquanto o visitante faz o mesmo. Apenas acompanha cada ser, troca algumas palavras ou vos dá liberdade para espremer seus seios, praticar necrofilia ou bater na própria mãe. O importante é que na hora do jantar todos ficam felizes. Quase todos...

Falando em felicidade, precisou de uma pedrada na cabeça para perceber que a mãe poderia acolher todos em seu leito, o pai poderia ser mais atencioso, que o lugar da menina é dentro de casa e o filho poderia ser um estudante promissor.

Falando nisso: você achou bom quando atiraram bombas no menino que bate na mãe? Oh! Como você é mau.
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Cotação: ³ ³ ³ ³ ³ (Filme excelente)

O Reino Proibido (The Forbidden Kingdom- 2008)



Sabemos que a Ásia também é patriota. Muito difícil encontrar um filme de lá, cujo não há a existência mínima de uma base envolvendo sua cultura e crenças. Em “O Reino Proibido“ temos mais um exemplo de um “Wuxia” (wu= artes marciais; xia= filosofia) que é um gênero cultuado pelos chineses, onde cavaleiros, sejam homens ou mulheres, ricos ou pobres, lutam a favor dos fracos. Mas, aqui não temos apenas uma história apoiada.

O roteiro ganha força com as situações e intenções expostas pelos personagens. A sede de glória, a coragem, honestidade, justiça, lealdade, e o desinteresse na riqueza são acrescentáveis a uma narrativa composta. As cenas de ação são diversificadas e as coreografias são profissionais, os efeitos usados para as lutas são perfeitamente alinhados.

A direção é segura nos efeitos especiais e principalmente visuais. A bela Yifei Liu é curiosamente exposta em ângulos de ênfase para a perfeita fotografia, tanto digital quanto natural. Acrescenta-se a trilha sonora competente, muito bem adicionada nos momentos de ação, ou algo mais sublime. Partes essas eficazes, apoiadas por mensagens perfeitamente dialogadas, onde é difícil escolher apenas uma.

Como o longa não é um filme perfeito (embora pudesse ser) alguns termos são dispensáveis e fica evidente que o lado estadunidense tem culpa nisso. A presença de Michael Angarano é como um atrativo ao público americano e o mesmo tem uma atuação extremamente oscilante. Foi do razoável para o ruim inúmeras vezes. Já o restante do elenco, como já não era de se esperar grande coisa, manteram uma normalidade, e que como sempre não atrapalhou em nada no filme. Até mesmo nos momentos mais técnicos.

Talvez, não vão apreciar o cume do filme, por algumas razões:

Reclamaram dos momentos heróicos impostos principalmente no desfecho do filme. Queixaram de algumas cenas cômicas não muito bem encaixadas no mesmo. Protestaram aos exageros que sempre existiram em filmes do tipo. Manifestaram aos vôos dos lutadores.

O Homem não voa, mas também não vira Zumbi, Lobisomem ou Homem de ferro.

Lembrem-se: Cinema é arte.

Cotação: ³ ³ ³ - Filme bom

Efeito Dominó (The Bank Job - 2008 )


É negligente. Vai direto ao ponto em um ritmo acelerado e apoiado graças aos diálogos retos e ágeis que já fixam o espectador na tela e na trama. A química já é formada desde o principio e o espectador ainda nem esquentou a sua poltrona.

Atuações surpresas de Jason Staphan e os outros modestos, e convincentes, trabalhos dos demais atores. E o conjunto de profissionais é uma das diferenças dos demais filmes com temáticas semelhantes, principalmente relacionando-se com “12 homens e um segredo”, pois em “Efeito dominó” o gasto com o elenco faz parte apenas do bolso do roteiro, algo dentro do filme, e não da produção do mesmo.

O roteiro é intrigante e as potências dos personagens ajudam ainda mais nisso. Nenhum deles é apenas mais um na história e sim complementações de uma narrativa com seus giros, e figuras de caráter não muito confiável. Destaque para as mortes não mostradas, porém que fazem nossa imaginação começar a fluir e mesmo assim obter o mesmo efeito, de como tivesse visto algo. Falha somente em termos dispensáveis como a elaboração da família feliz de Terry e o final, que poderia tomar outro rumo, entre outros pequenos detalhes.

Por se tratar de um assalto a banco, o dinheiro é cobiçado apenas em algumas cenas. O que se levanta mesmo, e muito bem, é a perturbação moral produzida pelo receio extremo e imaginativo do ridículo e da desonra. Senhor deputado, governador, vossa excelência, não se acanhem de seus subornos e adulterações e as suas gandaias, pois... “idaí “ se o Chefe do Estado gosta de levar uns tapinhas?

É a briga do crime prático com o teórico. Ganha quem menos se dar mal. E se eu torço pelo Vilão, tudo fica bem mais divertido.
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Cotação: ³ ³ ³ ³ - Filme ótimo
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Onde encontrá-lo: 16/05 nos Cinemas.
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Trilha sonora: “Get It On” – T. Rex / “Money, that's what I want” -The Storys/“Hey there” -The Basics/“Unchain my heart” -Natasha Miller/“Lola” -The Kinks/“In the midnight hour” -The Basics/“Allemande in G from English Suite”- J.S.Bach/“Save Me” -The Storys/“I Believe in Love” -The Storys/“History of Jamaica” -Early B/“Those were the days” -Raskin/“Lola” -The Kinks.

Diário dos Mortos (Diary of the Dead- 2008)


Convenhamos que seja chato ouvir certos argumentos que já estamos carecas de saber. A mesma informação no tele jornal, cansa. Críticas a obsessão comunicativa do (e ao) Ser humano nos mostra algo que se discuti com a vizinha ou com o amigo de cachaça. É bom e bonito estar informado do que a sociedade tem conhecimento, para não sair falando besteira por ai. Eu prefiro uma aula de novos assuntos, ou pouco conhecido, do que uma revisão da aula passada. Se foram mais do que superficiais para alguém as críticas sociais de Romero, não são só delas que um filme precisa para ser bom.

Por mais elevado que seja o nível de uma informação, tudo pode diminuir quando a pessoa que fala é um anônimo acéfalo, ou um “profissional” medíocre como os atores do filme. Ninguém se destaca. São imaturos, como qualquer outro filme “teen” existente. Daí se tira a desnecessária colocação social de George, pois a questão não é exatamente o que ele quis falar, mas sim quem ele colocou para isso.

Não há um realismo capaz de colocar o espectador em situação semelhante. Coisas que até o fraco “Cloverfield” conseguiu. A câmera é mais limpa, mas vemos demais e sentimos pouco, ou melhor, nada. Trilha sonora sem pausa, inútil e ineficaz, pois o clima de tensão é parcialmente nulo e os sustos são muito fáceis e dependentes da mesma. Enquanto Romero pode até ter dado uma aula de como filmar em primeira pessoa, antes dele, já ensinaram a como ser extremamente reais.

O problema é quando o nome do Diretor fala mais alto do que o próprio filme. Fãs são fãs, mas filme bom é filme bom.
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Cotação: ³ (Filme ruim)

Encurralados (Butterfly On A Wheel)


“Encurralados” começa como qualquer outro filme de seqüestro e desenvolve divertidamente como um suspense família. Sua introdução e desenvolvimento são uma ponte, aparentemente normal, até chegar ao final surpreendente. Porém, vamos lembrar que já assistimos filmes o bastante para não cairmos em armadilhas que o gênero e principalmente o tema nos trás. Pra se ter noção, até um “suspense erótico” me ajudou a decifrar o desfecho.

Atuações boas. O necessário para um suspense de TV aberta. Personagens necessitadamente mal construídos, mas o que irrita é a figura acéfala, Neil Randall, um descontrole exagerado, cara de valentão, e falas de um rude, porém mais parece um filho rebelde que bate nos pais e no irmão caçula, mas quando sai de casa é uma moça. Pois, alguém viu alguma tentativa “física”, e convincente, do personagem para com o vilão?

Trilha sonora boa, mas a sonoplastia exagerada. Uma direção boa, mas por vezes a câmera fica mais desesperada do que as vítimas. “Encurralados” tem seus momentos, e um final que vale por todo o filme, e ajuda-o a diferenciar dos demais. É eficiente. Mas, se tratando de conjunto não convence.

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Cotação: ³ ³ ³

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Onde encontrá-lo: Ainda nos Cinemas

O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford


Interpretações em ascensão conforme a ótima história galopa suavemente em seu longo caminho, desenhado por uma fotografia seca. Impecável. Assim como o figurino lúgubre. Andrew Dominic soube ser lento, porém conduzir o espectador em uma viagem confortável e sem nenhum cansaço.

Uma pessoa temida nunca deixará que sua imagem astuta um dia seja prejudicada e principalmente vetada por qualquer razão, ou ser.

Ver um personagem malicioso como Jesse, muito bem interpretado por Brat Pitt, que mata ou fala sem o mínimo de piedade, se derreter diante um impacto emocional, ou se entregar à frente de uma criança, deixa tudo tão ambíguo. Imprevisível. E é essa dúvida sobre a subordinação de James que nos faz aguardar, com algo entalado na garganta suportando a ansiedade pessimista, a sua reação. Sua opinião.

Casey Affleck faz um personagem reservado. Porém é o ator em que o observador quer mais ver enquanto assiste ao filme. É encolhido em seu fanatismo e obsessão, pois é o único capaz de fundir a frieza do assassino Jesse, entretanto a violência fica como ultima opção. Porém, Rob Ford, depois percebe como é árduo manter uma expressão maligna e obter uma solidão angustiante, mesmo quando todos sabem de sua existência. Aliás, o que é mais seguro... Ser querido por todos ou temido por muitos?

Um filme recitado inteligentemente. Por ser direto, como sermões de uma situação tanto da época como atual, e toma posse do espectador em sua longa jornada de frieza e inconstância.

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Cotação: ³ ³ ³ ³ - Filme ótimo

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Onde encontrá-lo: Já nas locadoras

Um beijo roubado ( My Blueberrys nights -2008)





A surpresa já está antes do filme realmente começar. O nome de Norah Jones , na apresentação, é um pequeno susto, digamos assim, que leva o pensamento ao pessimismo (como um ex- bbb virar ator de novela das oito, entende? Mas, voltamos a falar de algo decente) porém , seu trabalho é de contrariar a “pré-opinião” de muitos. E o restante do elenco não esconde o seu talento, como Wong Kar wai tampa certas situações.

O que o diretor mostra é uma fotografia quente estampada em um pano de fundo negro. É como um arco-íris noturno. É uma delícia, literalmente. Com uma trilha sonora perfeita, fugindo da melosidade e acrescentando algo mais sofisticado, mas que agrada a todos. Tem seus termos compostos causadores de debates que fazem parte do cotidiano, soltando algumas teorias lógicas. Entre elas: traição, solidão, não admissão, confiança, vício entre outros complementos. Daí aparece às mensagens reflexivas e diálogos interessantes.

Mas, quando o conflito de um filme está em seu desfecho, o que antecede tem qual importância?

Elisabeth preenche a história acompanhando outros, apenas para um complemento. No popular: um enchimento de lingüiça, mesmo sendo de qualidade boa. É pouco. Sem contar que “Um beijo roubado” tem momentos muito lentos em conversas de uma só tomada , ou pausas, que faz do espectador um terceiro elemento, porém extremamente passivo.

“My Blueberrys nights” é tão eficaz quanto qualquer outro filme de romance, porém é menos acessível por escolhas equivocadas de tomar certos rumos em seu desenvolvimento. Que é um filme que emociona, inegavelmente é, mas é sério demais para algo que necessita ser um pouco mais reto. É bonito e nada mais.



Cotação: ³ ³ ³
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Onde encontrá-lo: Ainda nos cinemas


Trilha sonora: "The Story" – Norah Jones/ Living Proof"- Cat Power /"Ely Nevada" – Ry Cooder/ "Try a Little Tenderness" – Otis Redding /"Looking Back" – Ruth Brown /"Long Ride" – Ry Cooder /"Eyes on the Prize" – Mavis Staples /"Yumeji's Theme (Harmonica Version)" - Shigeru Umebayashi (performed by Chikara Tsuzuki)/ "Skipping Stone" - Amos Lee /"Bus Ride" – Ry Cooder /"Harvest Moon" - Cassandra Wilson /"Devil’s Highway" – Hello Stranger /"Pajaros" – Gustavo Santaolalla /"The Greatest" – Cat Power .





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