A Invasora (A l’intérieur, França, 2007) ³³³


Sarah é uma mulher grávida de, respectivamente, uns cinco meses, e sofre um acidente de carro, junto com seu marido. Essa é a cena inicial do filme. Quatro meses depois, viúva, passa a ter uma vida monótona e desanimada. Esse desânimo chega a desanimar até o espectador. E em uma noite sozinha em sua casa, recebe uma visita inesperada e desconhecida. Daqui em diante, retirem gestantes ou pessoas sensíveis da sala, se desejam se arriscarem, eu não me responsabilizo por nada.


A história pode até ser simples, mas o roteiro contém mais de um tipo de efeito, que são gradativamente transmitidos. “A Invasora” vai de um suspense psicológico extremamente tenso, até cenas dignas de um filme de horror (Horror mesmo), isso juntando com a sensibilidade e preocupação inevitável de uma gestante. Tudo isso sem perder a postura, as mudanças ocorrem e a qualidade se mantém com classe.


O gore é belissimamente usado, um colírio até para quem não gosta muito de excesso de sangue e pouca história (O Albergue), ou mais “vermelhidão”, do que algo realmente impressionante ( Floresta do mal) . É impossível não se impressionar. O longa consegue até ser real. Pavoroso. E até uma cena bizarra correndo por fora. A separação de subgêneros realmente é muito bem organizada, e não deixa a peteca cair em momento algum.


Os personagens são perfeitamente construídos. Sarah demonstra sua empatia por tudo e por todos. Ver os seus dentes é raro, a não ser enquanto grita ou chora com o rosto coberto de sangue. A maquiagem é ótima. A vilã foi muito bem escolhida, sua feição é de pura maldade e obsessão, e o seu olhar é muito profundo. Adorei o papel. Assim como a velha enfermeira que, da a entender, que entra em cena como uma participação especial, é nitidamente percebível seu talento, com sua voz de cigarro e falar vagaroso. Adorei o papel “[2]”.


A violência explícita não é nenhum pouco poupada. Fazem com a maior simplicidade, sem câmeras em movimentos rápidos ou exagero no som para chocar. As imagens já valem mais que isso para serem chocantes. Ainda bem que perceberam isso senão incomodaria. As “torturas” são todas muito bem detalhadas (quem assistiu “Imprint” sabe do que estou falando) com destaque para uma ou outra cena, e uma traqueotomia tem seu mérito perturbador e, ao mesmo tempo, cinematográfico.


Com um elenco digno de aplausos, “A Invasora” já é um dos melhores filmes do século. Assim como a França (A Europa, para ser mais exato) com seu baita currículo – os mais recentes: Alta tensão e Eles - cresce a cada ano (Fato!). Esse é um filme sério, tecnicamente, pouco falho, que te leva do chocante ao admirador. Apenas admire todas as sensações que podem ser “paridas” do mesmo.
Onde encontrá-lo : Em rede e em algumas locadoras

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