Oscar 2010: Um Homem Sério, dos Irmãos Coen

O Subestimado

Com apenas duas indicações ao Oscar, nada mais justo do que estar na categoria principal, sendo para mim a terceira força dentre os dez e fica no pário duro com Inglórios Bastardos pela estatueta de melhor roteiro original. Digo que é subestimado pelas poucas indicações e mais ainda que pode sair de mãos abanando. Vamos ao filme:
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A vida é dolorosa. A vida é engraçada. A vida é bizarra. A vida é turbulenta. A vida é calma. A vida é furacão. A vida é céu. A vida é inferno. Á vida é... mais uma infinidade de coisas que se embatem e não respondem nada. E não é os Irmãos Coen que tentam responder, mas induzem consagrando a vida na mais pura ironia e humor negro, para isso baseiam-se no paradoxo de Schrödinger, no princípio de Heisenberg e no livro de Jó para fazer o filme mais particular, mais intensamente judaica, uma comédia de arremesso perfeito de desespero que, contra algumas probabilidades, acaba por ser um dos seus mais universal também.
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Não é fácil decifrar o que os irmãos Coen estão tentando nos dizer, assim como é difícil decifrar o que Deus está tentando dizer a Larry, o personagem. Na verdade, os brothers não definem bastantes coisas e mesmo assim essas incógnitas se embutem no roteiro tranquilamente, pois: "A Serious Man" se torna o caso para o ateísmo ou olha para o mundo de um ponto de vista divino? Será que nossas histórias iluminam o sentido da vida ou ainda as ofuscam? O que é ser integro e o que significa ser bom e como é que vamos conseguir isso? As coisas acontecem de forma aleatória, sem nenhum propósito ou razão que pode ser discernido. Busca de respostas é fútil. Aceite o mistério e aproveite o que você pode.
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E toda essa contradição esta envolto dos mistérios cruéis da vida de Larry ( estupendamente interpretado por Michael Stuhlbarg) que segue a Deus, mas parece ter o inferno presente em sua vida, mas isso talvez por ser baseado num diálogo entre Deus e o Diabo em relação ao personagem bíblico Jó, que tudo o que ele tinha estava ao poder de Satanás, por ordem de Deus e assim passou a acontecer todas as desgraças em suas vida, como teste de fé, mais precisamente um teste providenciado pelo Diabo.
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E as desgraças na vida de Larry surgem de maneira aleatórias e cheias de mistérios e estranhezas, foi chantageado por um estudante, traído por sua esposa, enganado por seus filhos, vítima de calúnias, incomodado por cobranças de contas que não fizera, enfim, problemas que os diretores aproveitam para nos fazer esboçar risos de situações tão incomodas.
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E se compararmos as posições da figura de Larry e a de Spy Ableman (Fred Melamed), sendo este que se diz verdadeiramente um homem sério, veremos que Larry ainda é mais presente quanto a sua fé e praticante em sua religião do que Ableman, mas as coisas caminham bem melhores para Spy do que para o protagonista, tendo momentos até de conselhos e consolos, além de só ter a atenção dos filhos quando aparecem problemas. Contudo, quanto mais o homem do título sofre os tormentos de trabalho, quanto mais ele tenta lidar com as incógnitas do habitual propositadamente absurda e decididamente hostil no universo dos Coen, mais nós somos incentivados a se perguntar se isto é apenas engraçado. E mais real a dor se torna, de uma forma essencialmente judaica, o riso se torna a nossa única opção.
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A violência dessa vez vem de um pessimismo que, talvez, seja o mais forte da carreira dos Coen. Nunca os irmãos usaram algo para agredir tanto o espectador como em “Um Homem Sério” e é por isso que este filme sério e engraçado, artisticamente fotografado pelo grande Roger Deakins, é de natureza espiritual, em tom de arame farpado.E é ai que “Um Homem Sério” se torna mais estranho do que engraçado a ponto de conciliar um homem perplexo da ciência racional com o sobrenatural.
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E o final, além de destacar um trecho do Livro de Jó, em relação aquele furacão avistado pelo filho (Quando um furacão se levantou de repente do deserto, abalou os quatro cantos da casa e esta desabou sobre os jovens), se torna grande não exatamente pela cena, mas pelos Coen deixarem esse contexto enigmático, pois se você acha que os irmãos estão indo para tentar responder a qualquer mistério, você ainda não viu muitos de seus filmes. É um desfecho um pouco diferente, mas você sabe a piada. E é sobre você, é claro.
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É difícil amar um filme que faz você se sentir aflito e desconfortável, mas é impossível não respeitar um filme que tem esse poder.
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Cotação: ロロ (Filme Excelente)

Oscar 2010: Distrito 9, de Neill Blomkamp

O Reconhecido

Com 4 indicações, são elas de Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhores efeitos visuais e provavelmente sairá de mãos abanando, mas ao menos é um excelente trabalho que não foi esquecido, algo que eu achei que iria acontecer. Para mim, o filme ficaria na quinta colocação entre os indicados.
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E esse tal de cinema realmente não deixa que nós cinéfilos brochem diante de filmes que “bombam” (literalmente) por ai, enquanto aproveitam do fogo dessas “explosões” para queimar as células do cérebro.
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Enquanto US$147 milhões de dólares constroem filmes sem profundidade cinematográfica, assim tornando-se os piores trabalhos de sua determinada época ou os piores exercícios narrativos já vistos (Qualquer semelhança a Michael Bay , Emmerich e derivados é mera coincidência),"District 9" chega para aliviar, com seus modestos 30 milhões, os ares dos que achavam que o “cine fx” estava perdido nas mãos da ambição.
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Neil Blomkamp trás efeitos visuais num contrastes extraordinários com o real que, por vezes, nos confunde sobre o que é a maquiagem ou efeitos computadorizados. Mas, é no roteiro de Neil e Terri Tatchell que ambos mostram a inteligência de conter um fundo politicamente histórico, mas não priorizando estes termos, tratando do assunto com leveza para não tirar a característica do “American summer”, o que esta longe de ser um defeito, já que o filme se mantêm in – up até quando joga a toalha e da lugar ao gore, mutilações, explosões de cabeças e etc.
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Mas, é impressionante como o fundo realístico do filme soa extremamente familiar. A começar que a narrativa se baseia no“Apartheid” como intriga social que rege no filme, assim surgindo os reflexos da conduta política, do racismo, as classes sociais, enfim, as opressões a qualquer ser aqui denominado “diferente” (No caso, os extraterrestre que no filme vivem junto aos negros) que não tem a palavra, mesmo que aqui os “Ets” , pelo o tempo em sociedade, demonstrem um processo de humanização interessante no filme.
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E falando de “diferentes”, a genialidade aqui percorre por toda parte e uma delas é o elenco desconhecido que está espetacular, destacando Sharlto Copley como Wikus, que expõe num tour de force cravado com todo o desenvolvimento do personagem na história que vai do bobão sem autoridade alguma para expulsar os "grilos" de seus barracos na favela, até o herói que se junta a esses mesmo seres. Além de um determinado momento, depois de ser denominado como um "infectado", o personagem reflete como fica a situação árdua de um homem que se disvirtua de um sistema autoritário imposto pelo governo. Talvez por isso, torcemos para o fim dessa civilização.
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Obrigado a quimica de Peter Jackson e Blomkamp por nos fazer reviver um cinema genial como esse, enquanto achavamos que tudo estava indo para o espaço.
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Cotação: ロロ (Filme Ótimo)

Oscar 2010 : Avatar, de James Cameron

O Suposto Favorito

O filme, que ja levou o Globo de Ouro deste ano, está presente em 9 Categorias, junto com talvez seu principal oponente, "Guerra ao terro". É até compreensível a sua presença entre os 10 indicados, mas sua vitória será injusta, ao meu ver, enquanto temos "Inglórios Bastardos", "Guerra ao terror", "Distrito 9" e "Um Homem Sério" junto a ele na concorrência que para mim são obras superiores ao mesmo, mas confesso que o filme me fez viajar.
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Você já deve ter ficado sabendo de vários casos onde pessoas ganharam milhões em jogos e, em pouco tempo, se viram na estaca zero. Uma das coisas que vem a nossa cabeça quando sabe de um caso desses, chamaria o individuo de ignorante, um ser irracional que não teria condições de se conter diante de tanta riqueza. Passados 12 anos depois da produção de 200 milhões de dólares, James Cameron agora teve 5% do PIB dos EUA e como a ambição não é priorizada e o respeito com o espectador é presente, faz de “Avatar” um filme que entra para a história e não somente pelo seu preço, o que é mais importante.
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Sem as bobagens de objetos sendo lançados em direção à platéia, James simplesmente te coloca entre plantas, dentro de laboratório, faz você sentar ao lado da Sigourney Weaver ou do Sam Worthington, faz você mergulhar, voar, cair, correr, atirar, lutar, enfim, você realmente viaja em Pandora e, de fato, VIVE o filme. É um convite. Usufrua. A experiência é sua.
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Em “Avatar” realmente se vê a esperada narrativa simples, mas é importante um cuidado ao julgar o roteiro de Cameron como simplista enquanto possui uma intertextualidade e crítica sócio-politica válida (invasão a tribos indígenas por riqueza natural, exploração do solo do Oriente médio – para mim, mostrada nitidamente pela queda da árvore), mesmo que às vezes se torne piegas principalmente pelo caráter do estereotipado Colonel Miles, representando a parte política imperialista, desumana e que cega um exército inteiro contra a tão bela natureza que é apresentada em Avatar e possua alguns diálogos sofríveis (I see you).
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Mas, nada era tão esperado do que os efeitos especiais. Revolucionários, sim. Porém, que os fazem serem ainda melhor é a preocupação de Cameron com a fotografia digital, além do som e de sua edição. O jogo sonoro sempre equilibrado com as cenas, o que colabora ainda mais com a sensação de estar dentro da selva, cercado de animais selvagens ou sentir o calor de cada explosão. Sem contar que a excelente trilha sonora, em sincronia com todas as cenas. Para mim, a possível concorrente ao Oscar (“I see you” de Leona Lewis) está longe de ser a melhor diante de tantas músicas escolhidas e embutidas a dedo na obra.
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O elenco de “Avatar” não possui atuações destacáveis, muito menos dignas de premiações (Ainda mais se compararmos Weaver aqui com Mary Griffith, em “Orações para Bobby”), mas estão longe de serem ruins, pois esse quesito também se inclui o cuidado de Cameron em não terceirizar seus profissionais, assim como fez com muitos outros fatores e não apenas centrando no aspecto visual. E é com isso e muito mais que Cameron continua dando fôlego ao cinema, auto superando-se e revolucionando o mundo cinematográfico, mesmo que não consiga deixar de lado a marca de “diretor do Titanic”, mas ao menos ganha um selo de alta qualidade até quando tem tudo para se fazer uma bomba, gastando milhões.
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Vida longa a Cameron e que não precisemos mais esperar uma década para passar por uma experiência impar.
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Cotação: ロロ ロロ (Filme Ótimo)

Oscar 2010: Up! Altas Aventuras, de Pete Docter

O Superestimado

5 Indicações ao Oscar, incluindo melhor filme, sendo franco favorito ao prêmio de melhor animação e de melhor trilha sonora.
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Sobre a sua presença no Oscar, digo que queria muito que Wall-E tivesse o privilégio que Up! Altas Aventuras está tendo. Considero o filme a quarta força dentre os indicados a animação e a nona dentre os dez indicados a melhor filme, sendo o prêmio justo o de melhor trilha sonora e injusto é a indicação a melhor roteiro e o que irá receber como animação.
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Pelos primeiros minutos de “Up! Altas Aventuras” realmente eu acreditei que estava diante de uma animação que fazia jus a todos os comentários louváveis que se via por ai. Conheço gente que fez várias visitas ao filme, enquanto estava em exibição pelos cines lucrando milhões, mas passado os primeiros momentos, “Up!” começa a apresentar certos pontos frouxos no roteiro, principalmente envolvendo seus personagens. A introdução é digna, montando firmemente as ligações da narrativa, desde a apresentação da figura de Muntz ligado a Carl e Ellie que logo se encontrariam numa situação a principio plausível, mas depois totalmente desconexa.
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Esteticamente (como a maioria dos filmes da Pixar, já para não dizer todos) a animação é admirável, assim como a trilha sonora e também o dinamismo da história que consegue a atenção dos espectadores,mas talvez justamente por essa agilidade no roteiro fizesse com que o diretor deixasse de desenvolver o vilão Muntz, que tem uma mudança de personalidade feita em segundos e age como o mal da história em apenas dez e isso tira totalmente certo impacto que deveria ter, ainda mais pela relação que Fredricksen tem com ele, isso ligando ao que foi apresentado na introdução de maneira eficaz, mas que perde ponto por essa falta de junção no desfecho.
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Senti falta de algum motivo aparente para os cachorros serem daquela maneira e como elaborou toda aquela tecnologia, sendo que chegou à América do sul na época que foto era em preto e branco e provavelmente não obteve aquilo na selva. Enfim, é uma pena que “Up! Altas Aventuras” perca certa força no andar da carruagem por desleixos constantes na narrativa e deixa de ter a força que teve nos primeiros minutos e assim nem a estética, as ótimas dublagens, e a deliciosa trilha sonora conseguem dar a graça perdida nos desconexos do roteiro.

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Cotação: ロロ+ (Filme apenas bom)





O TOP5 do TOP30 2010

Avatar
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A maior bilheteria da história do cinema ocupa a quinta colocação no TOP 30 de 2010. Conquistando muitos pelos seus efeitos revolucionários e por não possuir um roteiro simplista, mas por esse mesmo motivo perdendo pontos em algumas avaliações, “Avatar”. A Nota mais baixa foi um 7,0 do Cinefilando e a mais alta foi um 10 do Cinéfila por Natureza, que fala logo a baixo:

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James Cameron dá uma pequena mostra do que a atual tecnologia da indústria cinematográfica é capaz de fazer (preste atenção nos cenários e nas criaturas que foram criadas pelo diretor e sua equipe). Além disso, o filme é uma pura constatação do que é o cinema. James Cameron é um diretor visionário, um cara que leva a sua mente a limites inimagináveis e coloca isso em prática. Dá orgulho de ver que obras desse tipo são realizadas atualmente porque o cinema é para isso mesmo: para nos levar a territórios novos, para nos ajudar a viajar e a compreender aquilo que somos e o que vivemos.

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Por Kamila do Cinéfila por Natureza


O Curioso caso de Benjamin Button

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É até interessante observar a quarta colocação de "O Curioso caso de Benjamin Button", pois ao mesmo tempo que se tem várias críticas a favor, há também, em quantidade próxima, pessoas que o rebaixam com veemência. Mas, a bancada desse ano o consagrou plausivelmente, como o Cine Vita logo nos falará. A nota mais baixa para o filme foi 6,5, enquanto teve duas notas máximas.

“O Curioso Caso de Benjamin Button” é então um filme para se poder deslumbrar. Impressionante como é em suas virtudes e interminávelmente fascinante no seu retrato, o filme é forte, poderoso e habilidosamente concebido. Não é só sua mensagem maravilhosa ao fim que nos marca, ou nem por isso o elo fortíssimo que é construído entre nós a audiência e seus personagens impecáveis, mas sim o sentimento reconfortante transmitido pelo longa em si que nos faz lembrar do quanto o cinema ainda pode surpreender, do quanto ainda pode ser extraordinário e do quanto ainda pode moldar nossos sentimentos. Tocante, os últimos minutos do filme carregam consigo não peso moralístico ou intenções de pieguice, mas uma forte constatação de nossas particularidades como seres humanos, nossa fragilidade como seres solitários e como nossas relações uns com os outros e com o próprio destino são as mais importantes de todas. O filme então te faz olhar para trás, mas mais importante, te envia para frente com uma percepção nova. Seu conto sobre a vida e sobre o destino é belíssimo, e a abordagem do romance entre seus dois protagonistas é dos mais magistrais. Não é sempre que se pode dizer isso, mas “O Curioso Caso de Benjamin Button” é desde já uma peça primordial no cinema, um filme que nasceu clássico e cujos valores ainda serão reconhecidos por tempos a fio. Magia assim não se compra.

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Por Wallyson Soares do “Cine Vita”.


Amantes

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É incrível como “Amantes” cresceu em tão pouco tempo dentre os espectadores. Mesmo que a crítica não o consagre, o reconhecimento do público é imediato e não é pra menos, pois realmente é um grande filme, que deixou vários nomes fortes lá atrás e cravou a medalha de bronze com a terceira colocação. A menor nota para o filme foi 6,75 vinda do Cinefilando, mas não foi o suficiente para derrubar graças as notas máximas vindas do Cinemania e do BS Movies, que fala sobre o filme.

É o doce conformismo que precisa de uma decisão extrema e inconseqüente pra ser ultrapassado. Uma decisão que, no fim, acaba alinhando novamente Leonard à total falta de esperança. Mas no momento do desespero, quando tudo se encaminha para um fim que poderia ter sido o começo da história, o mesmo mar da seqüência inicial (numa analogia felliniana) se encarrega de mostrar o caminho para o recomeço. Um recomeço que não vai ser exatamente feliz ou triste - como eu disse, é um filme honesto.

É por essas pequenas sutilezas que é tão difícil olhar para Amantes e não enxergar um monumento.

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Por Diego Soares

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Inglórios Bastardos
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Muitos esperavam ver o filme do Tarantino no topo dessa lista. Entendemos o motivo, pois o diretor sabe fazer cinema, mas algumas coisas em Bastardos o prejudicou e o fez levar uma nota 7,0 do Cinephylum que mudou o rumo do filme por aqui, mesmo que as demais notas mantenham uma boa média, mas apenas uma nota máxima do Cinemania não foi o suficiente. Mas, vamos ver o que o Cinefilando tem para mostrar que o filme deveria ser o primeiro colocado.

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O diretor sempre foi extremamente inteligente com uma câmera em mãos; sabe fazer imagens marcantes e visualmente belas - algo que se mantém neste filme. Tarantino faz filmagens batidas parecerem geniais (como o velho truque da câmera girando em torno dos personagens, que naquele diálogo ficou impagável), usa de ângulos um tanto inesperado, e sempre nos surpreende de alguma maneira. Seu cuidado com a aparência do filme gera em excelentes fotografia, direção de arte e efeitos especiais.

É, em suma, o filme mais maduro de Tarantino. Ele abandona os excessos, e o que fica é o top. Não há excesso de sangue, mortes e estilismos que estamos acostumados com o diretor, mas nem isso ele deixou de ser autoral. Se concentra em momentos exatos, e faz algo que sempre fez bem: grandes diálogos. O primeiro capítulo do filme é fantástico e o que se segue não é menos satisfatório.

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Por Tiago Marin do Cinefilando


Deixa Ela Entrar

Não sei defino a primeira colocação de “Deixa Ela Entrar” como surpreendente ou não. Pois, estamos realmente falando de uma grande obra, de uma grande adaptação, de uma grande direção e roteiro, de um grande elenco, de uma grande trilha sonora, de um filme, realmente marcante. O filme ganhou muitos prêmios pela Europa, mas nem pré-selecionado para o Oscar de melhor filme estrangeiro foi. Mas, aqui o filme foi consagrado como o melhor de 2009 e o que deu essa colocação foram três notas 10 e a mais baixa foi um 8,7. Merecido.

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Apesar de ser mais um entre vários, a produção sueca se destaca dentre as outras por apresentar uma história simplesmente arrebatadora.

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Tomas Alfredson não quer deixar o longa com um ritmo mais acelerado, a câmera é sempre movimentada com leveza, dando até um certo tom poético a Deixa Ela Entrar. Destaque para o maravilhoso plano-sequencia da pisicina, uma das cenas mais bem realizadas neste ano.

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Deixa Ela Entrar é uma grata surpresa, misturando com delicadeza um dos temas mais discutidos hoje em dia. Uma pequena pérola, com seu próprio ritmo, um filme que dá espaço para construir uma relação cuidadosamente, sem pressa. Porque afinal de contas, Deixa Ela Entrar não é apenas um belo exemplar do gênero fantástico, mas uma bela história de amor. São apenas duas crianças descobrindo como é amar pela primeira vez. Puro, ingênuo e feliz.

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Por Diego Rodrigues do “Cinemania”

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NOTA: Agradeço a todos que acompanharam a exposição da segunda edição do TOP30. Espero que continue comigo na corrida contra o Oscar também! Abraços!


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