Oscar 2010: Distrito 9, de Neill Blomkamp

O Reconhecido

Com 4 indicações, são elas de Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhores efeitos visuais e provavelmente sairá de mãos abanando, mas ao menos é um excelente trabalho que não foi esquecido, algo que eu achei que iria acontecer. Para mim, o filme ficaria na quinta colocação entre os indicados.
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E esse tal de cinema realmente não deixa que nós cinéfilos brochem diante de filmes que “bombam” (literalmente) por ai, enquanto aproveitam do fogo dessas “explosões” para queimar as células do cérebro.
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Enquanto US$147 milhões de dólares constroem filmes sem profundidade cinematográfica, assim tornando-se os piores trabalhos de sua determinada época ou os piores exercícios narrativos já vistos (Qualquer semelhança a Michael Bay , Emmerich e derivados é mera coincidência),"District 9" chega para aliviar, com seus modestos 30 milhões, os ares dos que achavam que o “cine fx” estava perdido nas mãos da ambição.
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Neil Blomkamp trás efeitos visuais num contrastes extraordinários com o real que, por vezes, nos confunde sobre o que é a maquiagem ou efeitos computadorizados. Mas, é no roteiro de Neil e Terri Tatchell que ambos mostram a inteligência de conter um fundo politicamente histórico, mas não priorizando estes termos, tratando do assunto com leveza para não tirar a característica do “American summer”, o que esta longe de ser um defeito, já que o filme se mantêm in – up até quando joga a toalha e da lugar ao gore, mutilações, explosões de cabeças e etc.
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Mas, é impressionante como o fundo realístico do filme soa extremamente familiar. A começar que a narrativa se baseia no“Apartheid” como intriga social que rege no filme, assim surgindo os reflexos da conduta política, do racismo, as classes sociais, enfim, as opressões a qualquer ser aqui denominado “diferente” (No caso, os extraterrestre que no filme vivem junto aos negros) que não tem a palavra, mesmo que aqui os “Ets” , pelo o tempo em sociedade, demonstrem um processo de humanização interessante no filme.
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E falando de “diferentes”, a genialidade aqui percorre por toda parte e uma delas é o elenco desconhecido que está espetacular, destacando Sharlto Copley como Wikus, que expõe num tour de force cravado com todo o desenvolvimento do personagem na história que vai do bobão sem autoridade alguma para expulsar os "grilos" de seus barracos na favela, até o herói que se junta a esses mesmo seres. Além de um determinado momento, depois de ser denominado como um "infectado", o personagem reflete como fica a situação árdua de um homem que se disvirtua de um sistema autoritário imposto pelo governo. Talvez por isso, torcemos para o fim dessa civilização.
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Obrigado a quimica de Peter Jackson e Blomkamp por nos fazer reviver um cinema genial como esse, enquanto achavamos que tudo estava indo para o espaço.
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Cotação: ロロ (Filme Ótimo)

4 Response to "Oscar 2010: Distrito 9, de Neill Blomkamp"

  1. Esse é daqueles filmes que merece destaque por não vender nada demais e, no entanto, ser um grande filme. Nada esperava dele e me deparei com um filme envolvente e com um apelo interessante.

    Kamila says:

    Acho que "Distrito 9" caminha bem até o final, em que o diretor se perde por completo. No mais, a obra tem muitas qualidades e acho que reflete bem o bom momento vivido pelo gênero de ficção científica em 2009.

    Gostei muito, mas achei exagerada a sua presença no Oscar de melhor filme.

    Exagerada é a presença de Up! Altas Aventuras e principalmente Um Sonho possível, ao meu ver.

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