O Filme Antigo do Mês


O Incrível Homem que encolheu (1957)

Existencialismo e fenomenologia são as razões para algo que não tem explicação, neste filme. Como diria o pensador dinamarquês Kierkegaard: que a indeterminação e liberdade levam o homem a uma permanente angústia. Ou que cada um se define a si mesmo e assim é uma verdade para si. Mas, para o personagem Scott Carey existe uma rejeição a aceitar essa realidade de que a cada dia seu tamanho e peso diminuem junto com a sua auto-estima, com o amor perante a sua mulher e principalmente a vida. E dessa situação constrangedora é que o roteiro perfeitamente escrito, conduzido e narrado em primeira pessoa divide-se entre o drama horrorizado e a ação tão angustiante e perturbadora, quanto o momento em que o papel do protagonista se encontra.
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Um filme nitidamente muito bem organizado. Creio que a sua pré-produção tenha durado mais do que o normal, e o filme produzido em menos tempo do que o esperado, pois a ambientação e a gradativa forma de elaborar cada cena em seu devido cenário são deslumbrantes. O diretor Jack Arnold, nos mostra closes com suas câmeras como se Scott realmente fosse um ser menor que um lápis e que pequenas latas de tinta mais parecesse montanhas cilíndricas. Além de carimbar diálogos e cenas na lista dos melhores de todos os tempos. Partes como a do Gato e da Aranha, além de nos deixarem com os nervos a flor da pele, nos questiona a capacidade de transmitir tamanha realidade. Além das ótimas interpretações dos racionais e irracionais (O gato realmente estava faminto).
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Da mesma maneira que nos prendemos pelas cenas praticadas, nos paralisamos com um roteiro completo de falas poéticas e filosóficas, principalmente as mais próximas ao desfecho (Para Deus não existe um nada. Então eu existo.) em que aqui sim temos algo realmente direcionado ao pensamento de Kierkegaard , em aceitar a verdade para si. Um contexto pessimista que caminha quase até o desfecho, porém o enorme otimismo do epílogo é maior do que tudo que se passou.
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Obra-prima.
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Nota: Assim como todo mês vamos ter o quadro chamado "Aquela Cena...", também reservaremos espaço para a postagem de um filme antigo, pois ver o cinema antes de nossa existência é ,e sempre será, algo mais do que fundamental para um cinéfilo, hoje em dia. Até a próxima.

7 Response to "O Filme Antigo do Mês"

  1. FOI NA ANTIGUIDADE QUE EU ENCONTREI AS PRINCIPAIS QUALIDADES NA SÉTIMA ARTE, SE EU NÃO TIVESSE VISTO E O VENTO LEVOU,O MÁGICO DE ÓZ,PODEROSO CHEFÃO, A NOVIÇA REBELDE, DOUTOR JIVAGO... ACHO QUE APENAS MOULIN ROUGE IRIA COMPOR A MINHA LISTA DE OBRAS-PRIMAS JÁ VISTAS.

    BOA IDÉIA EM RELEMBAR OS SUCESSOS DO PASSADO!!

    ABRAÇOS

    Muito legal, seu texto! Vi que este filme passou no TCM esses dias, mas perdi infelizmente. Achei a premissa interessantíssima!

    Abs!

    Anônimo says:

    Sempre tive vontade de assistir, to precisando pegar alguns clássicos e fazer o mesmo que você :]

    Poxa Alyson, pensei que não ia voltar ... Já passei por esse filme algumas vezes, mais nunca me despertou interesse, como você tá dizendo que é bom, vou me arriscar !

    Abraço!

    grande filme mesmo. o enredo vai muito além da aventura descompromissada. classico.
    abraço, rapaz.
    :p

    huuum... já ouvi falar muito desse filme... preciso me deddicar mais aos clássicos!

    Anônimo says:

    Esse filme é fantástico! Assisti a primeira vez numa madrugada da Globo e depois nunca mais. É um clássico da ficção científica

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