Oscar 2009: O Curioso caso de Benjamin Button

13 Indicações ao Oscar

No mesmo ano em que Richard Matheson escreveu o seu romance “The Shrinking Man”, o mesmo roteirizou o clássico “O Incrível homem que encolheu” de 1957, que relata a vida de um homem que a partir de um momento começa a diminuir. Agora, a respectivos oitenta e seis anos depois, é adaptado à novela “O Curioso caso de Benjamin Button” tendo como autor F. Scott Fitzgerald que conta a também bizarra vida de Benjamin, que já nasce aos seus oitenta anos e com o tempo a sua idade vai decaindo.
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O que faz de “Benjamin Button” um grande trabalho não é apenas a força de Fincher, pois fica nítido o dedo dos demais profissionais que o cercam, cada um fazendo a sua parte como Alexandre Desplat, responsável pela trilha sonora, que aproveita de músicas, para muitos, nostálgicas, como “My Player” dos The Plattlers e principalmente “ Twist and shout” dos Beatles ou as mais famosas musicas gospel dos Estados Unidos como “When the saints go marching”, popularmente conhecida apenas pelo nome de “The Saints”. Além dessas, Desplat (Que também compôs para “A Rainha” e “Syriana”) embuti canções sublimes ajudando Fincher nos emocionar por algumas situações irreversíveis e pela ode a vida que a história desata.
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Aos que se incomodam com a digitalização nas imagens de Fincher saibam que, de fato, aqui também estão presentes, mas de alguma forma, aqui, o diretor ainda aparenta um maior cuidado em utilizá-las e assim consegue alguns focos com decência. Porém, o seu companheiro de sempre, o diretor de fotografia Cláudio Miranda, que o acompanha desde “Seven” (pulando apenas “O Quarto do Pânico”) com essa harmonia esplêndida, consegue fotografar belamente desde os mais curtos espaços de um elevador ou o mais infinito dos horizontes, além de apoiar o roteiro descrevendo sucintamente a extração de uma mensagem real e presente, através de uma história ficcional.
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Ao saber da história, antes de ver o filme, bate aquela questão se realmente conseguiriam maquiar um “bebê velho” e ir rejuvenescendo o personagem, a ponto de deixar Brad Pitt mais novo do que Rick, o seu primeiro papel em 1987 por “O Príncipe das Sombras”, quando tinha vinte e três anos. Mas, o que há para duvidar quando a maquiagem está nas mãos da “Mova”, mesma equipe que trabalhou por “O Poderoso Chefão” e alguns filmes dos 007 ? Aliás, durante a projeção, Fincher sempre arranjando uma maneira de impacto para mostrar as mudanças físicas de Benjamin, com total efeito.
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Além da produção impecável do roteiro de Eric Roth, termos metafísicos ainda são encontrados. Algumas lendas rezam que os Astecas teorizavam que o Beija-flor representava a alma dos mortos que desciam a terra, e assim até hoje no México é o símbolo da morte e da ressurreição. Além de outros conceitos, tendo como o mais coerente com a história de que o Beija-Flor renova-se a cada ano.
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David e Eric Roth, não economizam em cada linha do conto, para transferi-lo a tela. Constroem cada personagem de maneira detalhada, independente da importância e da ordem cronológica de sua existência, cronologia essa que trás um Brad Pitt mostrando uma atuação primorosa pelas mudanças de aspectos que a história exige, o mesmo para a ótima Cate Blanchett. Ao trazerem para a realidade, a narrativa poetiza o tempo e a nossa vida através de uma influência indireta, que nos faz ter vontade de rever a película, mesmo que ela dure quase três horas.
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Rejuvenescendo a cada dia como um Beija-Flor...
Um destino tão inevitável, como um furacão: Como deve ser viver sabendo exatamente quanto tempo terá de vida?

9 Response to "Oscar 2009: O Curioso caso de Benjamin Button"

  1. Parabens Buddy!
    Ainda não vi o filme, mas com certeza antes do Oscar não passa. Creio eu que é uma experiencia como poucas, onde só cinemão pode propor.

    Tenho que ver logo ...
    Até mais amigo

    Anônimo says:

    Esse foi o único que vi, dos indicados à melhor filme... Achei muito bonito, principalmente tecnicamente dizendo, mas não deixa de ter um roteiro muito lindo... poesia pura...

    Anônimo says:

    Este filme é tecnicamente perfeito. E isso é um reflexo do perfeccionismo do David Fincher, um dos meus diretores favoritos. Além disso, o que mais me agradou no longa foi a sua mensagem, que é um verdadeiro tributo à vida, com toda dor, amor e sofrimento que ela nos brinda.

    Quero muito ver... os filmes do cine sao muitos mas esse é minha prioridaade!

    Acho que Brad foi preguiçoso. Está bem, mas poderia ter o papel de sua vida, oq ue não é. Cate sim é quem brilha no elenco!!

    O filme, em si, é magnífico. Quase uma obra-prima!

    Abraços.

    Anônimo says:

    Apesar de não ficar tão "apaixonado" pelo filme assim, reconheço que sua técnica é perfeita e por isso mereceu a maior parte das indicações ao Oscar.

    Anônimo says:

    Magnífica experiência deste filme. Estou ainda completamente apaixonado e atordado pela obra. Achei tudo muito belo, e não falo só da estética. Fincher me moveu.

    Ciao!

    Ainda nao vi esse, mas espero ver em breve!

    Mto bom o trabalho, depois dá uma passada lá no moviefordummies tbm! Abraçoooooo!!!

    Anônimo says:

    Parabéns! Suas linhas conseguem resumir o que senti ao ver o filme.
    Obrigada!

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