Vamos FofOscar...

Parece que foi ontem que ficamos indignados com mais uma esnobada que a academia deu a Christopher Nolan em “A Origem”, principalmente por não ter sido indicado em direção e edição e daqui a respectivamente um ano citarei com o que ficamos desapontados neste Oscar de 2012, caso eu ainda esteja por aqui. É e sempre será assim. Como disse ano passado, Não é o Oscar que tem que aprender a ser no mínimo decente, mas sim nós a aceitarmos que ele nunca será justo. Ainda mais que nosso vício cinéfilo exige uma tragada dessa substância ao menos uma vez por ano.

Neste ano era imprevisível a quantidade de filmes indicados na categoria principal, já que o filme deveria obter uma boa média estabelecida para estar entre os principais e assim teríamos, no mínimo, cinco indicados e acabamos tendo nove. E como fizemos na primeira edição do “FofOscar” , aqui deixo algumas rapidinhas sobre o festival neste ano. Algo nada muito sério, assim como a própria premiação exige.


MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

Aqui três surpresas agradáveis: “Missão Madrinha de Casamento” conseguindo um espaço digno e merecedor, assim como “A Separação” que é favorito a estrangeiro. “Margin Call” eu ainda na assisti, mas se torna novidade enquanto “50%” e “Young Adult” pareciam vagas garantidas, além de “Vencer vencer”.

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

“Os Homens que não amavam as mulheres” poderia tranquilamente ocupar o lugar de “O Homem que mudou o jogo”. A precisão nos diálogos e os personagens melhor desenvolvidos, assim como possui um conjunto melhor de atuações. Mas, “Histórias Cruzadas” não indicado aqui já é um absurdo a menos.

MELHOR CANÇÃO

Duas canções imprevistas, já que até “The Muppets” apontava “Life is a happy song” e “Pictures in my head” como prioridades e acabou indo "Man or Muppet". E “Real in Rio” na representação brasileira pela animação “Rio”, que desbancou as apostas que muitos tinham em algumas músicas de “Histórias Cruzadas” e “Albert Nobbs”. Mas, ainda assim, está na hora da academia rever a categoria.

MELHOR EDIÇÃO

Aqui sim é de se reconhecer um bom trabalho técnico em “O Homem que mudou o jogo” e assim manteria entre os indicados. Mas, tenho um apresso pela edição de “Precisamos falar sobre Kevin” e obviamente por “A Árvore da vida” . Sendo assim, tiraria “Os Descendentes” que não possui essa parte técnica (de som a imagem) dignas de serem destacadas.

FILME ESTRANGEIRO

Minha categoria favorita pela sua imprevisibilidade e pela qualidade dos concorrentes, geralmente melhores do que aqueles que estão na categoria principal. Mesmo que ano passado tenha sido “fácil” decifrar a vitória (injusta) de “Em um mundo melhor”, até 2010 as coisas eram bem incertas. Por isso, mesmo que “A Separação” seja franco favorito ficaria com medo do israelense “Footnote” e do canadense “Monzieur Lashar”, não vi esses nem os demais concorrentes do iraniano, mas estes já apresentam um histórico dentro da categoria e o Oscar não costuma fazer um país perder durante muito tempo. E como gostaria que Taiwan tivesse uma vaguinha, mas os próprios esqueceram-se da preguiça da academia por filmes longos, ainda mais tendo que ler.

DIRETOR

Vejo Alexander Payne minúsculo mediante aos demais nomes que enfrenta. David Fincher apresenta uma direção um pouco mais consistente. Entretanto, ouso dizer que até Clooney poderia ocupar essa vaga, assim como Tomas Alfredson. Firmo mais uma vez que a força de “Os Descendentes” está na atuação de seu protagonista e no roteiro e para por ai.

ANIMAÇÃO

Zebra na ausência de “As Aventuras de TinTim” que muitos já apontavam como o vencedor da categoria, mas vejo que a academia leu a minha crítica aqui no blog e viu que eu estava certo que o filme não é lá essas coisas (risos e medo dos leitores). Pixar teve a consequência de só ter “Carros 2” para oferecer, assim como “Operação presente” ficou no vácuo.

Kung-Fu Panda 2 deixou de ser sexta opção e ficou entre os cinco, além do razoável “Gato de Botas” e o agora favorito “Rango”. A novidade fica com a animação francesa “A Cat in Paris” e “Chico e Rita” de Fernando Trueba, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro pelo espanhol “Sedução” no começo da década de noventa.

Uma demonstração atípica e audaciosa da academia, mas que não esconde que essas atitudes parecem um tanto quanto forçadas.

ATOR

Ryan Gosling sem vaga. Gary Oldman indicado justamente e Demian bem lembrado, num filme que difere bastante do estio que a academia priorizou neste ano.

ATRIZ

Tilda Swinton sem vaga. E Rooney Mara recebe aquela indicação que já vale como prêmio por “Os Homens que não amavam as mulheres”. A personagem não dá condições de a garota demonstrar a que veio, ganhou a atenção por ser colocada em situações extremas.

ATOR COADJUVANTE

Já não bastasse as categorias técnicas que “O Homem que mudou o jogo” entrou injustamente, também entra aqui com Jonah Hill, que não vai mal, mas sabemos que não chega a merecer um espaço aqui enquanto Albert Brooks que foi um monstro em Drive foi ignorado.

ATRIZ COADJUVANTE

Me simpatizo e muito com "Bridesmaids", mas admito que a presença de McCarthy é questionável, embora me alegre, no mais, nada a acrescentar nem a desconfiar da vitória de Spencer.

MELHOR FILME

A previsibilidade do Oscar incomoda nestes momentos. Só digo que gostaria muito que ao invés de darem atenção a tantos filmes pretensiosos, poderiam dar chances a despretensiosos trabalhos como “Drive”, “Precisamos falar sobre Kevin”, “Tudo pelo Poder”, “Os Homens que não amavam as mulheres” (apesar de alguns “poréns”) e até mesmo dar-nos a felicidade de ver “Missão Madrinha de casamento” ou “50%” entre os principais para reavivar o gênero. Não seriam absurdos, mas iria valorizar o cinema que respeita a arte e o público. No entanto, gosto das indicações do favorito “O Artista”, “Hugo”, “Meia noite em Paris” e principalmente por reconhecerem o grande trabalho que é “A Árvore da Vida”.



4 Response to "Vamos FofOscar..."

  1. Kamila says:

    Adorei o título do post. Para falar a verdade, as minhas duas maiores alegrias nessa lista do Oscar foram as indicações para Melhor Diretor e Filme de "A Árvore da Vida". E acho que tudo que eu tinha que dizer sobre essas indicações saíram no meu post sobre o tema. Acho legal o Oscar ter todas essas surpresas nos indicados, mas a corrida ao prêmio continua muito previsível...

    Alyson says:

    Realmente é muito bom ver Arvore da vida reconhecido, Kamila. E realmente essa previsibilidade tira um pouco o ar da graça. Valeu!

    Apesar de ter gostado MUITO de Descendentes, também acho que o Alexander Payne não fez nada demais, apenas deixou as coisas acontecerem com segurança, o que não justifica uma indicação.

    É uma pena mesmo Drive ficar de fora... um filme excelente, quem sabe um novo PULP FICTION em termos de "virar cult". O tempo dirá!

    Abraços!

    Que bom que temos a mesma impressão sobre OS DESCENDENTES. Já estava começando a me preocupar por não ver nada demais no filme. rs! Abraço

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