Super-Natural


Sobrenatural (Insidious)

Observado a matemática dos tempos em relação às tendências que os filmes de terror vem tomando, aqui em “Sobrenatural” a soma dos criadores da série “Jogos Mortal” (James Wan e Leigh Whannell) mais os responsáveis de “Atividade Paranormal“ (Oren Peli, Steven Schneider e Jason Blum) o resultado é, no mínimo, curioso. Interessante seria, caso o produto não fosse completamente novo apenas para toda a produção, mas também para o público.

O sucesso da série começava em 2004 e fazia iniciar a época do torture porn, sendo “Saw” o pioneiro dessa sede do público em qualquer “história” (irônicas aspas) em que partia para uma violência gráfica mais explicita (Mesmo que o cinema japonês já vinha apresentando essas características antes), mas o subgênero foi perdendo a força e REC, em 2007, passa a ser o principio de um novo momento para o horror através da renovação do recurso “câmera na mão”, que fez com que o trabalho de Oren Peli enfim fosse lançado e conseguisse uma arrecadação acima de cem milhões de dólares, dois anos depois do trabalho já concretizado, mas sem distribuidora interessada, por culpa da propensão que James Wan fazia a seu modelo.

Sendo assim, os dois representantes que fizeram mágicas com seus filmes na década passada, transformando mil em milhões, estão juntos em “Sobrenatural”, obra de caráter totalmente atípico dos trabalhos que os fizeram conhecidos em meio ao público. Aqui, após um menino entrar num inexplicável coma, uma família começa a passar por constantes experiências fora das leis naturais e passam a mudar de casa, tentando escapar dessa situação perturbadora.

A partir disso, só podemos inferir que o diretor James Wan e roteirista Leigh Whannell admiram todos os tipos de medo a partir de “Sobrenatural”, deixando este trabalho então num ponto intermediário e até certa parte se mostra eficaz entre esses extremos, deixando de tentar retesar o público por violência gráfica e passando a usar mais das técnicas sonoras. Evitando tanto videocam , na baixa resolução estética,quanto o gore vicioso que Wan ajudou a popular. Ainda assim, não deixam de ter em mãos apetrechos narrativos difíceis de não cair na mesmice, mas quando é para sermos confrontados, as regras se tornam transcendes ao conhecimento do gênero e nos faz sentir que estamos presenciando algo impar, coisa que não acontece aqui, porém o filme consegue apoio na pericia de suas técnicas.

Consciente de sua estrutura batida é nítido o desempenho do roteiro ao tentar ao menos uma atmosfera densa e capaz de assim obter uma capacidade sensorial, que obtêm sucesso nas cenas direcionadas a um proporcional grau de tensão. E as coisas se tornam ainda melhor quando Wan vai apresentando ao espectador uma estética decididamente retro, a principio designada pela trilha sonora arrepiante que nos leva aos clássicos dos anos oitenta, perfeitamente orquestrada junto à atmosfera eficaz. Entretanto, “Sobrenatural” recebe a opção de direcionar-se para outro caminho, para fazer deste uma série de distribuições de referências a clássicos e é onde a estética barroca passa a sobrepor-se diante da construção da tensão e o filme começa a decair por trocar de isca.

Acaba sendo até mesmo irônico ver que o longa optou por um caminho decente, envolto de um perfeito visual freak-outs, em aspectos antiquados que provocam lembranças relacionadas a casa mal-assombrada e a thrillers paranóicos. Ainda que bem atuado e fotografado na frieza de John R. Leonetti e M. David Brewer, que traz uma iluminação enraizada do gênero, por mais que referenciem caprichosamente Horror em Amityville (1979), Don't Look Now (1973) e Poltergeist – O Fenômeno (1982),tendo este ultimo lembrado até mesmo através da câmera itinerante e pelo design de som criativo e, mesmo com toda essa bagagem, se torna pouco subjetivo.

Contudo, quando os paranormais adentram a narrativa, o caminho que James Wan opta pegar é extremamente distinto, mostrando uma mudança muito brusca na aura que permeia até metade do filme. É quando a inspiração óbvia de “Poltergeist “ cruza para “Os Caça-Fantasmas” (1984) e “Sobrenatural” acaba saindo dos trilhos, já que por mais que saibamos a existência de Whannell e Sampson (Claros objetos referenciais) não anula a sensação de pertencerem a um outro universo que não o que a história cria.E, por mais que o arranjo musical sirva como um prenúncio do estilo do terror que estaria por vir, todos os membros da produção não conseguem demonstrar tanta firmeza ao trabalhar com as décadas antigas, como tiveram a “sorte” (no ápice da palavra) de trabalhar na passada.

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ロロ (Filme Bom)

6 Response to "Super-Natural"

  1. Kamila says:

    Apesar de não ser a maior fã desse gênero, tô indo conferir esse filme amanhã! Sem muitas expectativas, apesar de ter lido bons comentários sobre a obra.

    KAMILA, com certeza não será o filme que ira fazer vc se tornar uma fã do gênero. rs! Beijos!

    Victor says:

    Ainda não conferi também, mas tá na lista aqui. Não sou dos mais fãs, mas quem sabe né. hehe

    Eu desisto desse tipo de filme, por mais que um ou outro sejam "divertidos", não consigo.

    VICTOR, quem sabe mesmo! rs!

    CLEBER, entendo! É um passatempo e nada mais.

    Anônimo says:

    Fiquei fascinado por este filme, ainda que seu final não esteja de acordo com todo o suspense/terror apresentado no restante do filme. Um dos melhores do gênero que vi recentemente!

    http://filme-do-dia.blogspot.com/

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