Saudações, visitantes! Como em minha pacata cidade não tem um Cinema (E mesmo se tivesse creio que não acompanharia as datas corretas) , as vezes não posto no Cine ao Cubo os filmes que saem nas telonas, pois assim eu só vejo o filme quando ele já não é tão comentado assim e eu sempre procuro seguir as postagens conforme o tempo. Por isso, reservei este espaço para falar daqueles filmes (não só do ano passado, de 2008, ano de criação deste blog) que passaram em branco por aqui. São breves comentários, acompanhe a baixo:

Queime Depois de Ler (2008)
Um dos pontos altos do filme está no primeiro assassinato: a maneira repentina de quebrar subitamente o clima divertidamente tenso, fazendo com que aquela morte entre rasgando a nossa garganta e ainda faz sobrar a esperança de que aquilo foi um engano ou um flash da imaginação da vítima diante do medo. Mas é um filme onde somos palhaços, o que ocorre diante de nós é sério demais. Mesmo que não seja a grande força dos Coen em tela, ainda permanece o humor negro presente em cenas violentas ou com personagens de egos tão sofridos, direcionando assim a elementos hipócritas da sociedade. Não só nisso, mas os diretores acabam satirizando os filmes policiais e gozando de seus meros espectadores por buscas supérfluas e bizarras de beleza e dinheiro, os irmãos Coen nos apresentam um longa aparentemente simples e agradável que instantaneamente torna a história atordoada, nos fazendo arregalar os olhos, com a mão dentro do saco de pipoca e a outra segurando o refrigerante e com o ar preso por alguns instantes.
Cotação: ロロロロ (Filme Ótimo)

Ensaio sobre Cegueira (2008)
Há vários tipos de cegueira...
E não me refiro as cores...
Refiro-me a obcecação moral. A ética. Tudo o que se priva dentro de um espírito cego. A traição. A violência. A manipulação. Isso fica a nossa vista no filme, depois que grande parte da população é isolada graças a uma inexplicável epidemia denominada de “Cegueira branca” que atinge a todos, menos a uma pessoa. Uma mulher. Uma rainha. Uma Julianne Moore. Mesmo que Meirelles pareça-me inseguro no primeiro ato, com algo feito com urgência, às pressas, como se estivesse preocupado com o tempo do trabalho, algo também que se percebe no final minimalista. Além também de usar alguns elementos dispensáveis como o foco e o plano embaçado, no começo. Isso irrita. Mas, depois Meirelles parece se acomodar e assim transmitir com sublimidade, angústia e tensão usando tanto a história quanto o seu sistema óptico.
Essa arte de fixar sensivelmente as imagens, por meio da luz, usada pelo diretor, é uma das melhores maneiras de usufruir da fotografia já vista ultimamente. Além disso, a personalidade dos personagens é algo primoroso, junto com a atuação de quem os da vida. Numa situação tão dramática não se vê pieguice das figuras. Mas se vê o conhecimento do Saramago sobre algumas atitudes da humanidade, ao relatar essa insolência que nos cerca de modo absurdo. Algo tão universal. É típica de pessoas que podem estar ao seu lado, mas somos cegos pela ingenuidade e eles “cegos de ódio”.
Existe a cegueira física, aquela escura, dependente...
E tem a cegueira moral... A do instinto... Impiedosa... Qual é a pior?
Cotação: ロロロ (Filme Bom)