"O Primeiro MEME agente nunca esquece"

Graças a indicação do Ibertson, do blog Cinema Para Todos, o Cine ao Cubo estreia em sua primeira divulgação de um MEME. Para isso tive que:




- Pegar o livro mais próximo.


- Abrir na página 161.


- Pegar a quinta frase completa.


- Divulgar a mesma.





Dom Casmurro, de Machado de Assis

A resposta de Capitu foi um riso doce de escárnio, um desses risos que não se descrevem, e apenas se pintarão; depois estirou os braços e atirou-mos sobre os ombros. tão cheios de graça que pareciam (Velha imagem!) um colar de Flores.

Não quis parar no "ponto e virgula". É a segunda vez que visito a esta Obra-prima da Literatura brasileira. Que a cada linha, percebe-se o orgulho que, como brasileiros, devemos ter de uma obra dessas, fazer parte do nosso Show.

Os Outros 5 a fazerem o mesmo que fiz são:

Cinema com Brenno

Claquete

Portal Cine

Movie for dummies

CineClub!

Não podemos deixar de falar...

Saudações, visitantes! Como em minha pacata cidade não tem um Cinema (E mesmo se tivesse creio que não acompanharia as datas corretas) , as vezes não posto no Cine ao Cubo os filmes que saem nas telonas, pois assim eu só vejo o filme quando ele já não é tão comentado assim e eu sempre procuro seguir as postagens conforme o tempo. Por isso, reservei este espaço para falar daqueles filmes (não só do ano passado, de 2008, ano de criação deste blog) que passaram em branco por aqui. São breves comentários, acompanhe a baixo:




Queime Depois de Ler (2008)
Um dos pontos altos do filme está no primeiro assassinato: a maneira repentina de quebrar subitamente o clima divertidamente tenso, fazendo com que aquela morte entre rasgando a nossa garganta e ainda faz sobrar a esperança de que aquilo foi um engano ou um flash da imaginação da vítima diante do medo. Mas é um filme onde somos palhaços, o que ocorre diante de nós é sério demais. Mesmo que não seja a grande força dos Coen em tela, ainda permanece o humor negro presente em cenas violentas ou com personagens de egos tão sofridos, direcionando assim a elementos hipócritas da sociedade. Não só nisso, mas os diretores acabam satirizando os filmes policiais e gozando de seus meros espectadores por buscas supérfluas e bizarras de beleza e dinheiro, os irmãos Coen nos apresentam um longa aparentemente simples e agradável que instantaneamente torna a história atordoada, nos fazendo arregalar os olhos, com a mão dentro do saco de pipoca e a outra segurando o refrigerante e com o ar preso por alguns instantes.


Cotação: ロロロロ (Filme Ótimo)

Ensaio sobre Cegueira (2008)

Há vários tipos de cegueira...

E não me refiro as cores...

Refiro-me a obcecação moral. A ética. Tudo o que se priva dentro de um espírito cego. A traição. A violência. A manipulação. Isso fica a nossa vista no filme, depois que grande parte da população é isolada graças a uma inexplicável epidemia denominada de “Cegueira branca” que atinge a todos, menos a uma pessoa. Uma mulher. Uma rainha. Uma Julianne Moore. Mesmo que Meirelles pareça-me inseguro no primeiro ato, com algo feito com urgência, às pressas, como se estivesse preocupado com o tempo do trabalho, algo também que se percebe no final minimalista. Além também de usar alguns elementos dispensáveis como o foco e o plano embaçado, no começo. Isso irrita. Mas, depois Meirelles parece se acomodar e assim transmitir com sublimidade, angústia e tensão usando tanto a história quanto o seu sistema óptico.

Essa arte de fixar sensivelmente as imagens, por meio da luz, usada pelo diretor, é uma das melhores maneiras de usufruir da fotografia já vista ultimamente. Além disso, a personalidade dos personagens é algo primoroso, junto com a atuação de quem os da vida. Numa situação tão dramática não se vê pieguice das figuras. Mas se vê o conhecimento do Saramago sobre algumas atitudes da humanidade, ao relatar essa insolência que nos cerca de modo absurdo. Algo tão universal. É típica de pessoas que podem estar ao seu lado, mas somos cegos pela ingenuidade e eles “cegos de ódio”.

Existe a cegueira física, aquela escura, dependente...

E tem a cegueira moral... A do instinto... Impiedosa... Qual é a pior?

Cotação: ロロロ (Filme Bom)

Na Natureza Selvagem

.
.
Busca ou fulga?
.
Nessa adaptação da biografia escrita por Jon Krakauer, o diretor e roteirista Senn Penn parece não define o que o seu personagem está realmente fazendo: buscando realmente conhecer a natureza e desfrutar da liberdade que ele inventou ou fugindo de si mesmo para deixar de lado todos os problemas que sua vida tem e que foram emersas entre quatro paredes? Chris predomina a crença de que temos que viver coletivamente ou “sociedade, espero que estejas bem sem mim”? Para um lado ou para o outro, “Na Natureza Selvagem” é um filme que leva ao espectador os questionamentos sobre a vida que passou, a que estamos vivendo e a que passaremos a viver.
.
Juntos, Sean Penn e o diretor de fotografia Eric Gautier (Que também fotografou “Diários de Motocicleta”) fazem das paisagens em alguns momentos áridas por outras tão frias, como as situações vividas por “Supertramp”, apresentando uma naturalidade que nos deixa uma impressão paradisíaca. Ou a trilha sonora tão viciante na voz de Eddie Vedder, com letras que não se distanciam de algumas frases tão exultantes que ouvimos das vozes em “Off” seja da irmã de Chris (Jena Malone ) ou dele mesmo.
.
Essa fuga irrevogável de Chris é compreensiva quando olhamos que não vale a pena estar num lugar onde não se é feliz ou quando tem um propósito e é contestado através de seus dissipados pais. Porém outros (assim como para os McCandless também) devem pensar que isso não se passa de uma ilusão, pelos perigos alheios ( as leis da natureza) ou particulares (necessidades físicas e emocionais) e vir causar incidentes que podem lhe causar a vida e o sofrimento de quem o colocou no mundo, desde que seus pais se arrependam de todas as atitudes desnaturadas que vieram a fazer. Tanto que o sentimento de arrependimento se torna tão forte, na ultima tomada, que as lágrimas vêm com a mesma intensidade.
.
Até certo momento do filme, Christopher julga a sociedade como seres inúteis, a mentira em vida, isso tirado da mente de um Leo tolstoi, Thoreau e Jack London. Mas, seus momentos de solidão, curiosamente, refletem más lembranças vividas dentro de casa, resultando em alguns momentos de tristeza diferente de quanto esteve acompanhado dos celestes Jan e Rainey (Catherine Keener e Brian Dierker) do malandro Wayne (Vince Vaughn) e do simpático e solitário Ron (Hal Holbrook). Talvez por isso, acontece uma mudança no conceito de Chris (incoerência?) sobre a felicidade – ...Natureza, livros, músicas, amar o próximo e então, acima de tudo, você como parceria. E, quem sabe, filhos... O que mais um coração de um homem pode desejar?
.
No final das contas, tudo o que ocorreu poderia ser evitado se não fosse às vontades frustradas de tentar preencher o vazio que encontrava dentro de cada um, independente das escolhas e do destino. Mas, uma coisa é certa: Felicidade não existe sem ter com quem dividi-la.
.
“Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, Eu estarei no meio deles"
.
A primeira vez que vi, tive a impressão de que Chris estava coberto de razão em buscar sua felicidade - do que adianta viver onde não se é feliz, não? – sua maneira de viver buscando conhecer cada pedaço do mundo, em especial o mundo particular. Vejo um pouco de Bob Marley em Supertramp: “É melhor atirar-se à luta em busca de dias melhores, mesmo correndo o risco de perder tudo, do que permanecer estático como as pessoas pobres de espírito”... Mas, numa segunda visita ao filme, não só compreendi as razões de Chris em suas aventuras, como também senti a dor de seus pais em não terem noticia de seu filho (principalmente se esquecermos o que faziam antes de Christopher sumir) passando a observá-los pagando caro pelos seus erros.
.
Essa falta de concretização definitiva do objetivo de Chris , que Sean Penn deixa, é o que deixa algumas visões distantes uma das outras. Há momentos em que o diretor parece mostrar que o personagem não tinha outra escapatória a não ser distanciar-se de seus problemáticos pais (Como a utilização de flashes de brigas do casal), mas em outros momentos nos da à esperança de mudança na mente dos McCandless de que estariam dispostos a uma nova vida (A famosa frase de que quando perdemos ou distanciamos de alguém é que damos valor - aliás, o filme tem alguns tons didáticos que podem incomodar alguns).
.
O filme não possui aquele tom meloso e se difere de outros justamente por essa incerteza sobre do que Chris está fugindo. O final pesado aumenta ainda mais a impressão de que o garoto deveria repensar seus conceitos sobre a sociedade (que foi criada através dos personagens de seus livros, como dito por sua irmã) que pode ser tão bela quanto às paisagens que ele vivenciou.
.
Ainda mais quando temos closes de seus pais angustiados esperando por ele, não exatamente para contestá-lo, mas sim para pedir-lhe perdão,...
.
ATENÇÃO: SPOILER
... porém essa tomada se torna – ao menos para mim - o tom mais belo e emocionante da história. A culpa ficará com eles (Como conviver com a culpa durante o resto da vida?), enquanto Chris também tem seus erros nessas suas aventuras.
.
.

Cotação: ³ ³ ³ ³ ³ (Filme excelente)

O Filme Antigo do Mês


O Incrível Homem que encolheu (1957)

Existencialismo e fenomenologia são as razões para algo que não tem explicação, neste filme. Como diria o pensador dinamarquês Kierkegaard: que a indeterminação e liberdade levam o homem a uma permanente angústia. Ou que cada um se define a si mesmo e assim é uma verdade para si. Mas, para o personagem Scott Carey existe uma rejeição a aceitar essa realidade de que a cada dia seu tamanho e peso diminuem junto com a sua auto-estima, com o amor perante a sua mulher e principalmente a vida. E dessa situação constrangedora é que o roteiro perfeitamente escrito, conduzido e narrado em primeira pessoa divide-se entre o drama horrorizado e a ação tão angustiante e perturbadora, quanto o momento em que o papel do protagonista se encontra.
.
Um filme nitidamente muito bem organizado. Creio que a sua pré-produção tenha durado mais do que o normal, e o filme produzido em menos tempo do que o esperado, pois a ambientação e a gradativa forma de elaborar cada cena em seu devido cenário são deslumbrantes. O diretor Jack Arnold, nos mostra closes com suas câmeras como se Scott realmente fosse um ser menor que um lápis e que pequenas latas de tinta mais parecesse montanhas cilíndricas. Além de carimbar diálogos e cenas na lista dos melhores de todos os tempos. Partes como a do Gato e da Aranha, além de nos deixarem com os nervos a flor da pele, nos questiona a capacidade de transmitir tamanha realidade. Além das ótimas interpretações dos racionais e irracionais (O gato realmente estava faminto).
.
Da mesma maneira que nos prendemos pelas cenas praticadas, nos paralisamos com um roteiro completo de falas poéticas e filosóficas, principalmente as mais próximas ao desfecho (Para Deus não existe um nada. Então eu existo.) em que aqui sim temos algo realmente direcionado ao pensamento de Kierkegaard , em aceitar a verdade para si. Um contexto pessimista que caminha quase até o desfecho, porém o enorme otimismo do epílogo é maior do que tudo que se passou.
.
Obra-prima.
.
.
Nota: Assim como todo mês vamos ter o quadro chamado "Aquela Cena...", também reservaremos espaço para a postagem de um filme antigo, pois ver o cinema antes de nossa existência é ,e sempre será, algo mais do que fundamental para um cinéfilo, hoje em dia. Até a próxima.

Powered by Blogger