O Oscar como Vilão



Não vem muito ao caso, mas acho que o problema não esta em “The Reader” ser indicado, mas sim no apenas correto “Frost/Nixon”, com isso muito podemos questionar a ausência de “O Cavaleiro das Trevas” dentre os indicados do Oscar deste ano. Embora existam vários motivos para embuti-lo nos concorrentes, as razões pela exclusão não é tão difícil de imaginar quando uma delas seria que numa diferença de apenas cinco anos teríamos mais um “papa-Oscar”(?). Porem, poderia também acontecer o mesmo que ocorreu em 1951 com “A Malvada” que recebeu 14 indicações (Recorde dividido com “Titanic”) que não levou nem metade do que poderia levar. Talvez, faltou coragem.

Outros questionamentos vêm do roteiro original de Woody Allen em “Vicky Cristina Barcelona” não ter sido lembrado. Allen já foi indicado quatorze vezes neste quesito e só levou dois, obter quinze seria um marco, mas perder treze nem tanto. Mas para quem de fato da importância a este prêmio tem que ter paciência (Como Nolan, por exemplo, uma pena). Um diretor paciente em enfrentar suas derrotas até um dia chegar a receber a estatueta foi Martin Scorsese que teve o seu primeiro em 2007, como melhor diretor com "Os Infiltrados" depois de cinco derrotas.

Saindo dos acontecimentos recentes, tiveram esnobações do Oscar que são clássicas como “Cidadão Kane” levar apenas o prêmio de melhor roteiro original, e deixar Jhon Ford levar a estatueta para casa com o filme “Como era verde o meu vale” de 1941. Outra curiosidade é saber que um dos mestres do cinema, que deu origem a um dos melhores gêneros dentro do espaço cinematográfico, que é o suspense de Alfred Hitchcock, nunca levou a premiação de melhor direção, tendo o único troféu com “Rebecca” de 1940, como melhor filme. Assim como Chaplin e Kubrick também não serem “lembrados” pela academia, esses fatores tão descarados provam que esse festival não serve como parâmetro há anos.

O Oscar como vítima...

As esnobações do mais famoso festival dentro do cinema mundial, sempre ganham mais destaques do que muitos outros fatores envolventes no mesmo. E assim talvez nem coloquem em pauta que a estatueta também já foi esnobada, mesmo que pouquíssimas vezes. Mas, algumas rejeições foram mais para criar um breve polêmica, como o escritor George Bernard Shaw , que em seu discurso, quando venceu a categoria de melhor roteiro por “Pigmalião”(1938) disse que o prêmio servia mais como um menosprezo ao seu trabalho do que uma homenagem. Mas, rumores dizem que George futuramente exibia a estatueta orgulhosamente. Mas, quem de fato não deu bola para o prêmio foi outro George... George C. Scott, ator do filme “Patton: Rebelde ou Herói?” que antes mesmo de ser indicado a qualquer prêmio disse que não iria receber, e dito e feito: em 1970, Scott não compareceu a premiação dizendo que sua vida não era uma competição. É, ele pode.


Oscar 2009: O Curioso caso de Benjamin Button

13 Indicações ao Oscar

No mesmo ano em que Richard Matheson escreveu o seu romance “The Shrinking Man”, o mesmo roteirizou o clássico “O Incrível homem que encolheu” de 1957, que relata a vida de um homem que a partir de um momento começa a diminuir. Agora, a respectivos oitenta e seis anos depois, é adaptado à novela “O Curioso caso de Benjamin Button” tendo como autor F. Scott Fitzgerald que conta a também bizarra vida de Benjamin, que já nasce aos seus oitenta anos e com o tempo a sua idade vai decaindo.
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O que faz de “Benjamin Button” um grande trabalho não é apenas a força de Fincher, pois fica nítido o dedo dos demais profissionais que o cercam, cada um fazendo a sua parte como Alexandre Desplat, responsável pela trilha sonora, que aproveita de músicas, para muitos, nostálgicas, como “My Player” dos The Plattlers e principalmente “ Twist and shout” dos Beatles ou as mais famosas musicas gospel dos Estados Unidos como “When the saints go marching”, popularmente conhecida apenas pelo nome de “The Saints”. Além dessas, Desplat (Que também compôs para “A Rainha” e “Syriana”) embuti canções sublimes ajudando Fincher nos emocionar por algumas situações irreversíveis e pela ode a vida que a história desata.
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Aos que se incomodam com a digitalização nas imagens de Fincher saibam que, de fato, aqui também estão presentes, mas de alguma forma, aqui, o diretor ainda aparenta um maior cuidado em utilizá-las e assim consegue alguns focos com decência. Porém, o seu companheiro de sempre, o diretor de fotografia Cláudio Miranda, que o acompanha desde “Seven” (pulando apenas “O Quarto do Pânico”) com essa harmonia esplêndida, consegue fotografar belamente desde os mais curtos espaços de um elevador ou o mais infinito dos horizontes, além de apoiar o roteiro descrevendo sucintamente a extração de uma mensagem real e presente, através de uma história ficcional.
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Ao saber da história, antes de ver o filme, bate aquela questão se realmente conseguiriam maquiar um “bebê velho” e ir rejuvenescendo o personagem, a ponto de deixar Brad Pitt mais novo do que Rick, o seu primeiro papel em 1987 por “O Príncipe das Sombras”, quando tinha vinte e três anos. Mas, o que há para duvidar quando a maquiagem está nas mãos da “Mova”, mesma equipe que trabalhou por “O Poderoso Chefão” e alguns filmes dos 007 ? Aliás, durante a projeção, Fincher sempre arranjando uma maneira de impacto para mostrar as mudanças físicas de Benjamin, com total efeito.
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Além da produção impecável do roteiro de Eric Roth, termos metafísicos ainda são encontrados. Algumas lendas rezam que os Astecas teorizavam que o Beija-flor representava a alma dos mortos que desciam a terra, e assim até hoje no México é o símbolo da morte e da ressurreição. Além de outros conceitos, tendo como o mais coerente com a história de que o Beija-Flor renova-se a cada ano.
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David e Eric Roth, não economizam em cada linha do conto, para transferi-lo a tela. Constroem cada personagem de maneira detalhada, independente da importância e da ordem cronológica de sua existência, cronologia essa que trás um Brad Pitt mostrando uma atuação primorosa pelas mudanças de aspectos que a história exige, o mesmo para a ótima Cate Blanchett. Ao trazerem para a realidade, a narrativa poetiza o tempo e a nossa vida através de uma influência indireta, que nos faz ter vontade de rever a película, mesmo que ela dure quase três horas.
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Rejuvenescendo a cada dia como um Beija-Flor...
Um destino tão inevitável, como um furacão: Como deve ser viver sabendo exatamente quanto tempo terá de vida?

Por que diabos ... Oscar?


O Cine ao Cubo até a data da premiação do Oscar estará apenas falando sobre o assunto. Não só apresentando críticas dos filmes que concorrem a melhor filme, mas também relembrando alguns acontecimentos da premiação, sejam recentes ou mais antigas. Essa festa que, mesmo não sendo a justiça em prêmio, ainda é a maior cobertura sobre o Cinema que tanto prestigiamos e mais um motivo para vermos mais filmes interessantes. Mas, sabemos de onde surgiu esse movimento que foi crescendo em popularidade, riqueza e, porque não, polêmicas?

Em maio de 1927, surgiu a “Academia de Artes e Ciências Cinematográficas” ([i] Academy of motion picture arts and Sciences – AMPAS) com o intuito de apoiar e desenvolver , de maneira mais entusiasmada, os elementos artísticos e científicos em relação ao cinema da época que já tinha como ícones Murnau , Griffith, Sergei Eisentein e George Mélies. Com toda essa estrutura, a mesma organização elaborou um prêmio representante. A principio tudo simplório, realizado no Hotel Roosevelt, em Hollywood, aonde não chegava aos pés o [i] glamour [/i] exacerbado que se vê hoje e toda a sua expectativa, que começa desde o tapete vermelho e vai até o desfecho das longas horas de duração que antigamente duravam quinze minutos, num modesto jantar.

Mas... Por que o nome “Oscar”?


A razão definitiva não se sabe até hoje, pois em seu primeiro ano (1929) recebia apenas o nome de “Prêmio da Academia ao mérito” e apenas em 1939 recebeu o “apelido” de Oscar. Rumores dizem que pessoas que integravam a academia falavam que a forma da estatueta lembrava seus parentes, sejam tios, pais, amigos ou até ex-maridos que tinha como nome ou sobrenome Oscar. Mas, mesmo com essas possibilidades, a incerteza ainda predomina.

Os grandes ganhadores, as polêmicas, os micos, os arrebatadores, as decepções, as esnobações, veremos nas próximas apresentações do Blog. Até lá!

Divulgado os finalistas do Blog de Ouro

Com uma organização perfeita por parte da equipe por trás do “Blog de Ouro” – nomeação dos melhores do ano e seus quesitos técnicos feita através de blogueiros cinéfilos – saíram os indicados a cada quesito, neste domingo. Coloquei em negrito em que quesíto eu acho que o filme merece levar a melhor. E vamos aqui divulgar aqueles que tiveram mais destaques e chegaram a indicação de melhor filme do ano, que comecem os aplausos, para:




Ø Melhor Filme
Ø Melhor Roteiro Original
Ø Melhor Canção, com “Down to Earth".
Ø Melhor Trilha sonora
Ø Melhor Som
Ø Melhor animação

Onde os Fracos Não tem Vez ( Direção: Ethan Coen, Joel Coen; Roteiro: Joel Coen (roteiro), Ethan Coen (roteiro), Cormac McCarthy (romance))

Ø Melhor Filme
Ø Melhor Direção
Ø Melhor roteiro adaptado
Ø Melhor Fotografia
Ø Melhor montagem
Ø Melhor ator coadjuvante
Ø Melhor elenco
Ø Melhor Som
Desejo e Reparação ( Direção: Joe Wright; Roteiro: Ian McEwan (romance), Christopher Hampton (roteiro) )

Ø Melhor Filme
Ø Melhor Direção
Ø Melhor roteiro adaptado
Ø Melhor Fotografia
Ø Melhor atriz coadjuvante
Ø Melhor trilha sonora
Ø Melhor Figurino

Ø Melhor direção de Arte

Batman- O Cavaleiro das Trevas ( Direção: Christopher Nolan;Roteiro: Bob Kane (personagens), Christopher Nolan (história e roteiro), David S. Goyer (história), Jonathan Nolan (roteiro) )


Ø Melhor Filme
Ø Melhor Direção
Ø Melhor Montagem
Ø Melhor Trilha sonora
Ø Melhor Direção de Arte
Ø Melhor ator coadjuvante
Ø Melhor elenco
Ø Melhor maquiagem
Ø Melhor Som
Ø Melhores efeitos visuais


Ø Melhor Filme
Ø Melhor Direção
Ø Melhor Ator
Ø Melhor Roteiro adaptado
Ø Melhor Fotografia
Ø Melhor Montagem
Ø Melhor Trilha sonora
Ø Melhor Direção de Arte
Ø Melhor ator coadjuvante
Ø Melhor Som

"Desejo e Reparação" , para mim, seria o papa prêmios no Blog de Ouro. Acho complicado isso de fato ocorrer, pois os demais concorrentes estão a altura. Mas, considero que "Atonement" foi feito com muito cuidado e ênfase nos quesítos aos quais eu destaquei. Ainda assim, creio que não haverá uma injustiça pelo pouco conhecimento que tenhos das demais pessoas que votam e também pela qualidade dos demais filmes.

A Lista Oficial do TOP 30


Saudações visitantes! Depois das férias o Cine ao Cubo tem sua primeira postagem já para oficializar o TOP 30, agora somados todos os filmes lançados até os ultimos dias de 2008. Apenas três filmes , que antes não haviam sido divulgados, entraram na lista, que podem ver logo a baixo. Aproveito também para ressaltar que este ano pretendemos ter mais atualizações durante a semana e não apenas uma crítica por semana. Agora, vamos adiante com a lista oficial, e só para explicar que os que estão com as cores vermelhas, são os filmes entraram na lista depois da divulação.


1-Sangue Negro

2-Batman- The Dark Night

3-Wall-E

4-Onde os Fracos não tem vez

5-O Escafandro e a Borboleta

6-Juno

7-Queime depois de ler

8-Na Natureza Selvagem

9-Desejo e Reparação

10-O Orfanato

11- Vicky Cristina Barcelona

12-Ensaio sobre Cegueira

13-Medo da Verdade

14-Persépolis

15-Os Indomáveis

16-O Nevoeiro

17-O Banheiro do Papa

18-Bella

19-Indiana Jones

20-A Família Savage

21-A Espiã

22-Homem de Ferro

23-Não Estou lá

24-Sweeney Todd

25-Longe Dela

26-Hellboy II

27-As crônicas de Spiderwick

28-Kung-Fu Panda

29-007 – Quantum Of Solance

30-Horton e o Mundo dos Quem!

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