Como foi feito o TOP30...


Eu não queria ter essa responsabilidade de escolher o TOP 30 do ano sozinho. Por isso, com muito prazer escolhi uma “bancada” de blogs em que, de maneira muito organizada, expõem as cotações de seus filmes assistidos. Assim, como uma maneira de homenagear a qualidade dos blogs envoltos ao júri, trechos de suas críticas irão serem expostas, compartilhando assim o alto nível dos críticos que circulam pela rede blogueira.

Segue abaixo a bancada:


ロ³"Blog do Vinicius"
ロ³"Cena de Cinema" por Cecilia Barroso
ロ³"Anfitrião" por Marco
ロ³"Cinéfila por Natureza" por Kamila
ロ³"O Cara da Locadora"
ロ³"Tudo é Critica" por Pedro Henrique
ロ³"Cinema para Todos" por Ibertson Medeiros
ロ³"Portal Cine" por Robson Filho
ロ³"Pelo lado de fora do Cinema" por Peterson Cera
ロ³"Cine Vita" por Wally Under
ロ³"A Sala" por Luciano Lima
ロ³"Cinefilando"
ロ³"Cine JP" por João Paulo

Tentei transformar todos os sistemas de cotações em números, assim, as notas não se tornam exatas, ainda que dêem uma base do resultado calculado.

5 Estrelas - Nota 10
4 Estrelas - Nota 8,0
3 Estrelas - Nota 7,0
2 Estrelas - Nota 5,0
1 Estrela - Nota 3,0

A+ - Nota 10
A- - Nota 9,0
B+ - Nota 8,5
B- - Nota 7,5
C+ - Nota 7,0
C- - Nota 6,0

As cotações escritas (Filme excelente, regular, ruim – da maneira utilizada aqui, no Cine ao Cubo) foram usadas da mesma maneira que as estrelas e as de porcentagem foram usadas como nota normalmente. Ex: 92% = 9,2.

Durante esses dias de apresentações do Top30, novos filmes podem surgir, portanto ao término da apresentação de todos os filmes será solta uma LISTA OFICIAL.Alguns filmes surpreenderam em ficar em destaque, já outros que aparentavam estarem garantido entre os 30, tiveram algumas notas baixas, sendo assim ficaram de fora por poucos detalhes.

Amanhã (01/11/08) Começaremos de maneira decrescente a divulgar. Aguardem surpresas. Grande Abraço!

"O Tempo que vai passar..."


Saudações visitantes!

O Cine ao Cubo estará parado durante este restante de mês e voltará apenas em Novembro. O motivo é que já vamos começar a relembrar o que nos agradou em 2008 nas salas de cinema ou no conforto de nossa casa. Já agradeço a quem leu aos meus textos e fizeram comentários sobre os mesmos, nesses seis meses de vida.

Arrivederci!

Violência Gratuita ( Funny Games - 2008 )


“ Abane a cabeça, leitor; faça todos os gestos de incredulidade. Chegue a deitar fora este livro, se o tédio já o não obrigou a isso antes; tudo é possível. Mas, se o não fez antes e só agora, fio que me tome a pegar do livro e que o abra na mesma página, sem crer por isso na veracidade do autor.

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Machado de Assis,

Em “Dom Casmurro”

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As “estranhas”, e tão questionadas, conversas dos personagens de “Violência Gratuita” com a câmera que direciona ao espectador fazem um filme metalingüístico. Ou seja, uma comunicação direta entre o autor e o leitor, no caso o roteirista Michael Haneke e você, mera testemunha. Machado de Assis e Michael Haneke usaram desse arbítrio para interagir com o público, porém enquanto Assis fazia isso para fazer o observador sentir-se acomodado o diretor austríaco faz totalmente o oposto.

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Depois da pouca amplitude da versão original no mercado cinematográfico, o diretor Michael Haneke repete a mesma obra-prima, passado seus onze anos, agora em Hollywood. Por ser tudo quadro a quadro, o único questionamento que se pode constatar poderia ser as atuações... Mas nem isso. A guerra é de gigantes, entre o elenco do primeiro “Funny Games” e a versão mais recente, ainda que Naomi Watts nos faça babar com a mescla de capacidade e beleza e o menino Devon Gearhart transmita mais sentimentos do que Stefan.

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Para Haneke, o espectador existe para ser confrontado. Por isso, seus jogos de cinismo e provocações perturbam alguns desavisados desse “game” chamado “Manipulação”. Outro quesito que decepciona certo público é a busca de um sensacionalismo visual mais violento (ainda mais com o nome que ganhou no Brasil), mas se perdem numa opressão psicológica mostrada da maneira que Michael mais sabe mostrar: o sofrimento da vitima. Não precisando de sangue ou ações mirabolantes para isso. Além de sua câmera sempre intacta em que limita o espaço para o espectador, tornando-se assim um lugar inseguro para o mesmo. Muito semelhante com algo que vimos há seis décadas com Hitchcock, em “Festim Diabólico”.

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A famosa cena do controle remoto é audaciosa. Enquanto ela ganha alguns fãs, para outras pessoas se torna uma abominação. Antes dela tivemos a metalinguagem de Haneke ao por seus personagens em conversas com a câmera, em que diziam respectivas perguntas sobre o que o público queria realmente ver, sendo assim essa polêmica parte é mais uma em que o diretor mostra que o que queremos (que os vilões se dêem mal) não irá acontecer, mas sim o que ele quer que é nos deixar contrariados. Portanto, rebobinou a fita...

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E para quem torce pelos vilões?

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É só olhar o nome do filme. Para quem torcer pelos descarados jogos feitos pelos assassinos, e assim seja vencido por eles, tudo se torna um “Funny Game”.

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Depois de tentar expor toda a minha boa admiração, por algo que me fez sentir mal, fecho com as palavras desse audaz diretor, sobre este filme: “Eu acredito que o espectador fundamentalmente seja mais inteligente do que a maioria, e para dar-lhe crédito você precisa dá a ele a oportunidade de usar o cérebro.

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Cotação: ロロロロロ (Filme excelente)


"... Mundo das influências"

Numa época em que todos nós sabemos que falta originalidade em Hollywood e assim sobram “Remakes” e seqüências desnecessárias, detectamos histórias atuais que nos remetem a lembranças de obras antigas. Porem, isso não chega a ser uma completa falta de criatividade nas cabeças dos roteiristas de hoje, quando seus trabalhos surtem efeitos não muito diferentes de longas elaborados há décadas atrás.

Para quem viu “Os Inocentes” (The Innocents 1961) e “Os Outros” ( The Others 2001), independente da ordem, há de se reparar a forte semelhança entre ambos, mas não deixando de admirar onde cada um cresce e se tornam Obra-prima (Como “Os Inocentes”) ou trabalhos memoráveis que chegam próximos a perfeição (Como “Os Outros”)



Os Inocentes ( The Innocents 1961)

Uma das razões mais fortes do medo é o desconhecido e a incerteza. Com base na história de Henry James, o diretor Jack Clayton faz uma completa utilização da câmera para transmitir o horror, um profundo e ambíguo uso do roteiro em seus personagens aparentemente angelicais, mas que nos deixam intrigados por serem os pivôs das causas incertas que nos remete ao receio.
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Deborah Kerr simplesmente não atua, mas incorpora uma figura que tenta ser perfeccionista ao máximo para cumprir a árduo papel de cuidar de duas crianças, Martin Stephens e Pamela Franklin , que cravam uma das melhores atuações mirins, na história do cinema. Ambos têm que passar uma impressão de inocência, mas também atuar como seres dispostos para o mal. Fantástico!
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Ainda que o drama psicológico nos estarreça, “Os inocentes” contem fatores fortes para um longa verdadeiramente de horror: trilha sonora aterradora, fantasmas em efeitos equilibrados ou praticamente nulos, além do clima anti-natural que cresce a cada segundo de seu decorrer.

Obra-prima!

Cotação: ロロロロロ( Filme Excelente)


Os Outros (The Others - 2001)
Alejandro Amenabar não precisou de muito: três protagonistas, uma casa e um mistério. O suspense cerca a incerteza e a incompreensão, tanto a nossa quanto a de seus respectivos personagens, além de não dar confiança ao gore, violência e efeitos especiais para nos deixar horrorizados lançando uma curva chocante, fazendo nos repensar em tudo que passou.
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Com um roteiro bem delineado pelo próprio diretor e com uma brilhante atuação de Nicole Kidman (saudades daquela época, em relação à atriz), Alejandro deixa tudo mais significativo, assim não deixando nada ao acaso. “Os Outros” nos mantém, literalmente, no escuro, dessa maneira apoiando ainda mais a relação do espectador e o interior do filme, ainda que por vezes contenha "cenas" previsíveis.
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Embora não seja exatamente uma obra-prima, “The Others” pode ser considerada uma jóia surpreendente que você pode encontrar em um ano em que um gênero ficava cada vez mais cansado. Sendo assim, é um horror moderno com um toque antiquado, com base no suspense para gerar medo.
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Cotação: ロロロロ (Filme òtimo)

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